“Não se fez uma prece pelos 600 mil brasileiros mortos pela pandemia de Covid-19 e nem se lançou uma palavra de esperança para os milhões de desempregados”, afirmou
O general Santos Cruz, ex-ministro chefe da Secretaria do Governo, denunciou em suas redes sociais ao fazer um balanço dos acontecimentos no mês de setembro. Segundo ele, “a nossa história, os feitos heroicos e as nossas necessidades e esperanças não foram lembradas”. “O 7 de Setembro não foi o dia de celebrar a nossa Independência, a luta pelos ideais, pelo desenvolvimento político, econômico e social. A data foi sequestrada politicamente”, observou.
“Não se fez uma prece pelos quase 600 mil brasileiros mortos pela pandemia de covid-19 e nem se lançou uma palavra de esperança para os milhões de desempregados. Não se esboçou uma palavra sobre a inflação, o crescimento da pobreza e da fome, a vergonhosa desigualdade social, e a necessidade de combater a corrupção e os privilégios. Nada disso mereceu atenção”, denunciou o general.
“As manifestações e reivindicações foram ordeiras por parcela da população e caminhoneiros. As Polícias Militares mostraram profissionalismo, acabando com aquela suspeita absurda de que alguns iriam transgredir a disciplina, a hierarquia, e não cumprir suas obrigações legais para seguir conselhos irresponsáveis e aventureiros”, prosseguiu. “Pessoas crédulas se manifestaram motivadas pela esperança de um país melhor. Os fanfarrões das ideias ilegais desapareceram. Covardes, eles nunca estão na primeira linha”, destacou. “Na avenida paulista, mais uma vez, o extremismo, a fanfarronice de confrontação, de desrespeito à lei. O show!”
“Não se pode exigir 100% de acerto de um governo e de governantes. Voltar atrás em decisões equivocadas, em erros pessoais ou funcionais é até recomendável. Mas isso não pode ser parte de uma farsa, de comportamento de velhaco. Tem que ter coragem verdadeira de colocar a cara na frente da tela e do microfone (igual a fanfarronice da Av. Paulista dois dias antes). Chamar outro para fazê-lo é falta de coragem moral, é covardia, embuste, simulação e artimanha. O recuo falso, mentiroso, não convence ninguém. Conciliação e diálogo são atitudes sérias e nobres. Não é para usar como ‘jeitinho brasileiro” para garantir a impunidade’, comentou o militar.
“É importante que todos os que violem a lei respondam por seus atos”, argumentou Santos Cruz. “Todos, e não apenas alguns. Se isso não acontecer, vamos continuar nessa histeria política, nessa esquizofrenia social de desrespeito, de ‘motociatas”, ‘tanqueciatas’, jet sky, desencanto de reversão de decisões sobre os problemas passados, demagogias e falta de seriedade com o dinheiro público e com os princípios da democracia”, prosseguiu.
“E de quebra, Nova Iorque – trem da alegria, discurso de que acabou com a corrupção e até vacina (!)”, apontou o general. “A CPI expondo os absurdos inimagináveis ocorridos na pandemia. Combustível, gás (faz pouco tempo do último show da Petrobrás!). O combate à corrupção em queda (Lei da Improbidade) e a reforma eleitoral salvando a todos. E falta um ano para as próximas eleições. Temporada para fanatismo, demagogia e bom tempo para os viciados em dinheiro público”, disse Santos Cruz.
“O Brasil tem que acordar desse pesadelo. O Brasil precisa de novas opções. O Brasil vai assim até quando, de confusão em confusão? De show em show? O Brasil, entre outras muitas coisas, precisa de paz social e seriedade. Atualmente não tem nenhuma das duas. O Brasil precisa desenvolver a responsabilização política e não deixar aventureiros manipularem a opinião pública. Ou o Brasil se leva a sério e começa a construir novos parâmetros de comportamento, de responsabilização e de negociação política, ou perpetua a farsa de ‘artistas’ políticos, apontou.
“A paz social e a normalidade da vida política e econômica precisam retornar e ser desenvolvidas simultaneamente com a aplicação da lei na medida justa, rejeição ao fanatismo e diálogo verdadeiro. Não é com impunidade e falta de responsabilização política que o Brasil vai resolver seus problemas. A impunidade alimenta fanfarrões, covardes e todo tipo de viciados em dinheiro público. A aplicação da lei para todos é um dos fundamentos da democracia”, completou o general.