Com produção no pós-sal e pré-sal, é o 3º maior campo de petróleo do Brasil e o 4º maior campo das Américas (offshore) em termos de produção
O governo Bolsonaro acelera o desmonte da maior estatal brasileira e coloca à venda 50% da participação da Petrobrás nos campos de extração de petróleo e gás de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, denominadas em conjunto como Polo Marlim ou Complexo de Marlim, localizadas em águas profundas na Bacia de Campos, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro.
A estatal é a operadora dos campos com 100% de participação. Juntos, os quatro campos produzem 217 mil barris de petróleo/dia e 3.600 metros cúbicos de gás. O comunicado foi feito pela direção da Petrobrás na segunda-feira (16). Marlim e Marlim Leste, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), estão entre os 20 maiores campos do pré-sal.
“O Complexo de Marlim é o 3º maior do Brasil e o 4º maior das Américas (offshore) em termos de produção, com um fluxo promissor de atividades futuras, incluindo a revitalização dos campos no curto prazo e potencial significativo do pré-sal”, diz o documento divulgado pela direção da Petrobrás que permite aos interessados o acesso às informações estratégicas dos campos de petróleo brasileiro.
O “Destaques de Oportunidade”, no documento no site da Petrobrás, parece oferta em feira livre ou da “black friday”, com uma diferença, não tem nada de propaganda enganosa, é a queima total do valioso e estratégico patrimônio do povo brasileiro.
Entre os “destaque de oportunidade”, estão os “ativos relevantes em águas profundas”, como a maior acumulação pós-sal no Brasil, com 1.000 km2 de área; um vasto banco de dados de dezenas de poços; um extenso banco de dados sísmico 3D; ampla cobertura sísmica 4D que minimiza o risco de caracterização dos reservatórios e potencial comprovado do pré-sal.
Destacam ainda o reservatório Brava, uma significativa acumulação do pré-sal que estende-se entre Marlim, Voador e Área da União, que se encontra em produção desde 2011, e a extensão das concessões até 2052.
Os investimentos feitos através do projeto de revitalização dos campos de Marlim e Voador, que estão em andamento e substituirá todas as instalações existentes por dois novos FPSOs – plataformas que podem produzir, armazenar e transferir óleo e gás, também são destacados, assim como os projetos de desenvolvimento diversos e bem planejados nos campos de Marlim Leste e Marlim Sul visando acumulações do pré e pós-sal para aumentar a produção e estender a vida útil dos campos. Entre tantas outras ofertas, ressaltam que o fato de ter sido uma Concessão da Rodada Zero, “não há nenhuma obrigação de conteúdo local”.
Bolsonaro, Guedes e Castello Branco, presidente da Petrobrás, esquartejam a estatal dilapidando ativos, cuja única racionalidade é entregá-los ao capital estrangeiro, em especial às grandes concorrentes da Petrobrás, afrontando os esforços bem sucedidos de gerações de brasileiros na construção da sua mais importante empresa.
A alienação de campos de exploração dessa importância, sob a alegação de investir em outros poços, não encontra coerência no próprio discurso de Castello Branco.
As alienações estão dentro da intenção de Castello Branco em também atender a ganância dos aplicadores minoritários, contra os interesses da União. Quanto mais lucros, operacionais ou não, mais dividendos a pagar. “Na hora da festa” todos se unem, aplicadores e a diretoria, com seus bônus.
São políticas que fazem sangrar a Petrobrás em todas as suas frentes de atuação. Exporta petróleo cru para importar derivados. Pratica preços contra os consumidores e não submete a Shell, a Ipiranga e outros importadores de combustíveis aos preços competitivos da sua produção.
Provoca a ociosidade das suas refinarias para mais uma vez favorecer a concorrência. Vende a BR distribuidora contra todas as experiências do setor petroleiro que defende a importância da operação do poço ao posto, entre outras ações deletérias.
É essa a essência do atual governo.