Em 2017, o BNDES vendeu na Bolsa de Valores participação em empresas no total de R$ 7,0 bilhões, e nesta metade de 2018 vendeu outros R$ 6,0 bilhões. Conforme Elaine Lustrosa, diretora de desinvestimento do banco, o objetivo é vender ainda mais ações e atingir R$ 10,0 bilhões até o final do ano.
Os números revelam que continua em curso a política do governo Temer de reduzir as operações do BNDES até torná-lo inexpressivo, transformando-o numa carteira do Banco do Brasil, por exemplo, ou mesmo de algum banco privado.
Como a decisão do governo é que o banco indevidamente antecipe amortizações de empréstimos tomados junto ao Tesouro Nacional, o BNDES já amortizou R$ 180 bilhões com previsão de chegar aos R$ 250 bilhões até o final do ano.
Não há porque duvidar que as vendas de ações realizadas, assim como aquelas que estão sendo sinalizadas para breve, tenham o intuito de fazer caixa para continuar transferindo dinheiro para pagamento de juros aos bancos. Recursos que seriam destinados para a produção sendo desviados para a ciranda financeira.
O banco tem ainda R$ 85 bilhões em participações acionárias, sendo que ações da Petrobrás, Eletrobrás, junto com poucas outras, respondem por R$ 60 bilhões desse total. Lustrosa declarou que “qualquer ativo com liquidez e maduro é passível de venda” sinalizando que não há distinção a ser feita nos investimentos componentes dessa carteira e que não há limites nas vendas desses ativos do banco.
A executiva informou ainda que começou a conversar com bancos visando a realização de “operações estruturadas”, ou seja, não necessariamente através da venda de ações, para tornar mais rentáveis a venda dos ativos em questão.
Não parece ser outra coisa, senão uma queima geral para atender as finalidades de pagamento de juros e derrogar o banco.