
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, na sexta-feira (8), o representante dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para cobrar explicações sobre a ameaça contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gabriel Escobar, que é encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA, esteve no Itamaraty na manhã de sexta e conversou com o embaixador Flávio Goldman, secretário de Europa e América do Norte no Ministério. Escobar é quem fala pela embaixada dos EUA, já que ainda não foi indicado um embaixador para o Brasil.
O teor da reunião não foi divulgado.
O Itamaraty chamou Escobar por conta de uma publicação feita pela Embaixada dos EUA no Brasil em que ameaça o Judiciário brasileiro.
Segundo embaixadores brasileiros a par das discussões ouvidos pela coluna de Mariana Sanches, do UOL, pesou em favor da decisão por cobrar explicações de Escobar “o tom mafioso”, de “ameaça” e de “tentativa de intimidação do STF e do Brasil”. Algo que seria inaceitável na relação bilateral dos países
A Embaixada americana afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, é “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro” e seus aliados “no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já aplicou sanções econômicas contra Moraes por conta do processo em que Jair Bolsonaro é réu.
Ministros do STF, como o presidente, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, rechaçaram o ataque à soberania brasileira.
O futuro presidente, Edson Fachin, chamou de “interferência indevida” dos EUA na Justiça brasileira.
Novamente reclamando do processo contra Bolsonaro, Donald Trump aplicou taxas de 50% contra produtos brasileiros.
Na quinta (7), o vice-presidente Geraldo Alckmin, teve uma reunião com Gabriel Escobar e apresentou “claramente” os argumentos do Brasil para que os EUA revoguem as taxas.
O governo dos EUA não deu sinais de que quer negociar.