O governo Temer diminuiu em mais da metade o lance mínimo dos leilões de 12 aeroportos dos blocos Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, que pretende privatizar ainda este ano.
Nesta nova rodada de privatizações, o bloco Nordeste, formado pelos aeroportos de Recife, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE) teve o lance mínimo reduzido de R$ 360,4 milhões para R$ 173 milhões.
Já o Bloco Sudeste, que inclui os aeroportos de Macaé, no Rio de Janeiro, e Vitória, no Espírito Santo, o governo reduziu o lance mínimo de R$ 66,8 milhões para R$ 33,1 milhões. E o Bloco Centro-Oeste, que inclui os terminais, de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta, todos no Mato Grosso, a redução foi de R$ 10,4 milhões para R$ 2,3 milhões. O terminal de Barra do Garças (MT) não será incluído nesta rodada.
O governo não fixou nenhuma restrição na concorrência, o que significa que consórcios que já administram outros aeroportos no Brasil poderão participar da licitação. Além disso, um mesmo grupo pode administrar todos os blocos privatizados na rodada.
Com o mandato preste a terminar, Temer segue com a política de sua antecessora, Dilma, de jogar no varejo os aeroportos brasileiros, para locupletar grupos de especuladores estrangeiros. Em 2011, Dilma iniciou a entrega dos três maiores aeroportos do país, o de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF).
Segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), que agrega cerca de 280 companhias aéreas, as privatizações de aeroportos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, encareceram os serviços aos usuários (aéreas e viajantes, os consumidores finais) e não trouxeram ganhos de eficiência substanciais. Na avaliação da Iata, que realizou um estudo em 90 aeroportos ao redor do mundo, as vendas ou concessões de aeroportos têm servido principalmente para gerar caixa rápido aos governos, e não para beneficiar o setor e a população.