
O arrocho ao salário mínimo em 2020 deve ser maior do que o projetado pelo governo. A previsão inicial do governo é que o piso para o próximo ano seria de R$ 1.039, conforme orçamento encaminhado pela equipe econômica ao Congresso Nacional. Mas agora a previsão é de que o salário fique em R$ 1.030.
A justificativa do governo para arrochar ainda mais os que recebem menos é o de que a previsão da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 4,02% para 3,26%.
O reajuste do salário mínimo apenas pelo INPC, sem qualquer aumento real, foi instituído pelo ministro Paulo Guedes para “economizar” e arrochar ainda mais os trabalhadores, o que vem se acentuando nos últimos anos, quando, a partir de 2016, os reajustes do mínimo ficaram próximo ou abaixo da inflação.
Segundo pesquisa divulgada pela consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do segundo trimestre deste ano, dos 43,4 milhões de trabalhadores chefes de domicílio, 26,6% (ou 11,5 milhões) recebem um salário mínimo ou menos.
Em relação à Previdência, segundo Cláudia Augusta Ferreira Deud, consultora legislativa especialista em Previdência, com dados de 2017, “dos 28,3 milhões de benefícios concedidos, 18 milhões recebem um salário-mínimo (64%)”.