O governo saudita – o mais retrógrado do planeta em matéria de direitos da mulher -anunciou que a partir de junho de 2018 estará abolida a proibição de que as mulheres dirijam – o país ostentava o triste recorde de ser o único no mundo em que ainda existia proibição às mulheres no volante, mais de 130 anos após a invenção do automóvel. A violação da proibição era punida com prisão. Naturalmente, as motoristas terão de usar burca.
Entre as “justificativas” para manutenção da proibição, alegava-se que era “inapropriado” para a cultura islâmica e que poderia até levar ao colapso da família tradicional. Um clérigo chegou a garantir que dirigir “causaria danos aos ovários”. Também era dito que os motoristas não saberiam como se comportar em relação às mulheres em carros próximos, e havia até quem temesse a “promiscuidade”. Apesar de ser campeão de violação de direitos humanos, a Arábia Saudita, com o apoio de Washington, desde 2015 preside a Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Não está claro como vai funcionar a liberação, e como isso se relacionará com o sistema de tutela – as mulheres sauditas precisam da autorização de um homem da família para viajar, estudar e outros procedimentos. Em maio, o governo saudita admitiu certa atenuação dessas cadeias.