A partir de 1º janeiro de 2024, a tarifa dos serviços de metrô, e trem em São Paulo passará por um aumento para R$ 5,00. Isso representa um acréscimo de R$ 0,60 em relação à tarifa atual, de R$ 4,40.
O anúncio oficial ainda não foi feito, mas o governo prometeu novas informações em breve com as explicações para a decisão.
A decisão do governador impacta diretamente na vida de mais de 20 milhões de pessoas que utilizam o transporte público na Grande São Paulo. O valor será aplicado em todas as linhas de trens e de metrô, inclusive as linhas operadas pela iniciativa privada ViaQuatro e ViaMobilidade, ambas pertencentes ao Grupo CCR, segundo confirmou a assessoria do governo.
Em 29 de novembro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia confirmado a intenção de aumentar o preço da passagem junto com seu plano de privatizar o Metrô e a CPTM.
Em entrevista, ele disse que o preço da passagem estava congelado e quanto mais tempo sem subir, mais subsídio teria que dar as empresas de ônibus. O valor do transporte sobre trilhos é R$ 4,40 há três anos.
“A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer conta. Ou eu repasso alguma coisa pra tarifa ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente vai ter”, defendeu ele no final de novembro.
Tarcísio planeja aumentar a tarifa para tornar o Metrô e a CPTM mais atrativa no mercado e assim facilitar a privatização, ao mesmo passo que não há garantias de não aumentar a fatura após a venda.
Vale destacar que nas estações onde o Metrô já é privatizado, o governo subsidia a tarifa num valor maior do que onde a estação é pública. Na prática, facilita o negócio privado e onera o público.
O aumento de 13,6% no valor da tarifa dos transportes públicos em São Paulo representa quase o triplo da inflação de 2023, que está em 4,7% no acumulado do ano.
PREFEITURA NEGA AUMENTO EM 2024
Na tarde desta quinta-feira (14), a Prefeitura de São Paulo publicou nota em que nega que o aumento também será aplicado nos ônibus da cidade. Inicialmente, a assessoria de Tarcísio havia dito ao jornalista Rodrigo Bocardi, da TV Globo, que a Prefeitura de São Paulo iria acompanhar a decisão do governo estadual e estender o aumento ao transporte nos ônibus.
Funcionários da Prefeitura e da SPTrans disseram nesta quarta, após a notícia ser veiculada na TV Globo, que foram pegos de surpresa.
Com foco na reeleição, não seria de interesse de Ricardo Nunes (MDB) aumentar a tarifa. Nesta semana, ele ainda anunciou a tarifa zero nos ônibus da capital aos domingos a partir do dia 17 de dezembro. Também vai haver tarifa zero no Natal, Ano Novo e Aniversário de São Paulo, no dia 25 de janeiro. Para garantir a gratuidade, Nunes propôs a inclusão de mais R$ 500 milhões de subsídios para os empresários do setor.
Na capital, com o sistema de integração, as passagens de ônibus e das linhas férreas costumam seguir mesmo valor, mas isso não é uma regra estabelecida em qualquer contrato.
“Após reunião conjunta na manhã desta quinta-feira entre representantes da área de transportes da Prefeitura de São Paulo e do Governo Estadual, a administração municipal informa que não fará correção na tarifa dos ônibus, que será mantida em R$ 4,40”, afirmou nota oficial da Prefeitura.
“Não há qualquer impedimento técnico na gestão de tarifas distintas entre os serviços de ônibus, metrô e trens, como já ocorrera em anos anteriores. A atual gestão mantém o empenho em incentivar o transporte coletivo, responsável pela locomoção de 7 milhões de passageiros por dia, e que não sofreu reajuste nos últimos três anos”, destaca a gestão de Ricardo Nunes.
