Greta Thunberg é presa em Londres em protesto contra genocídio em Gaza

Greta foi detida ao segurar cartaz apoiando prisioneiros da Ação Palestina (AP)

A ativista sueca Greta Thunberg foi presa em Londres pela polícia britânica em Londres, nesta terça-feira (23), durante um protesto contra a perseguição movida pelo governo Starmer a ativistas anti-genocídio, ao estar exibindo um cartaz com os dizeres “Eu apoio os prisioneiros da Ação Palestina. Eu me oponho ao genocídio”. A prisão foi realizada sob a “lei antiterrorismo” em vigor na Grã Bretanha, em perseguição aos que denunciam o genocídio em Gaza e os crimes sionistas na Palestina.

Em outubro, Thumberg fora presa ao participar da Flotilha Sumud para Gaza, interceptada pelos militares israelenses, assim como outros 170 ativistas em 40 barcos, e depois deportada por Tel Aviv.

Segundo a polícia britânica, outras duas pessoas foram presas por atirarem tinta vermelha no local do protesto, endereço de uma seguradora Aspen, que presta serviços à sucursal inglesa da empresa bélica israelense Elbit Systems, que possui uma unidade fabril em Filton.

Desde julho, quando o governo Starmer classificou como “organização terrorista” os ativistas anti-genocídio da Ação Palestina, já são milhares os manifestantes presos na Grã Bretanha por expressarem, em geral com cartazes, sua solidariedade à Ação Palestina. E os protestos vêm se multiplicando.

Uma legislação tão draconiana que define “danos graves à propriedade” – tinta vermelha! – como um ato de terror e segundo a qual qualquer pessoa que exiba itens ou roupas que “despertem suspeita razoável” de apoio à Ação Palestina pode ser punida com até seis meses de prisão.

Thunberg disse em comunicado: “Cabe ao Estado intervir e pôr fim a isso, atendendo a essas demandas razoáveis que abrem caminho para a liberdade de todos aqueles que escolhem usar seus direitos para tentar impedir um genocídio, algo que o Estado britânico não conseguiu fazer por conta própria.”

“OS 24 DE FILTON”

Os “24 de Filton”, como se tornaram conhecidos os presos políticos de Starmer, seguem presos e sem julgamento há um ano. São oito os presos em greve de fome, dois deles no 52º dia, enquanto o regime inglês se recusa a atender a qualquer reivindicação.

A greve de fome teve início no dia 2 de novembro, data da afrontosa Declaração Baldour, com a qual o governo inglês abriu o caminho para a colonização sionista da Palestina. As demandas dos grevistas de fome incluem a concessão imediata de fiança, o direito a um julgamento justo, fim da proibição à Palestine Action e a suspensão das restrições às suas comunicações.

“Durante 15 meses, nós, que estamos presos por causa da Palestina, testamos este ‘sistema de justiça’ e, durante 15 meses, vimos a Elbit Systems, a entidade sionista, e o nosso governo abusarem da justiça e prolongarem a nossa prisão, exigindo que abandonássemos a nossa causa em troca da nossa liberdade”, denunciou ao jornal Morning Star, Amu Gib, um dos grevistas.

Investigação feita pelo portal Grayzone mostrou o conluio da embaixada israelense com as autoridades britânicas para a caça às bruxas contra os ativistas anti-genocídio.

CAÇA ÀS BRUXAS

A porta-voz da organização Prisoneiros pela Palestina, Francesca Nadin, afirmou: “A prisão desnecessária de ativistas palestinos é claramente parte de uma caça às bruxas orquestrada pelo governo britânico. Diante desse abuso de poder estatal, os prisioneiros não têm outra escolha senão lutar da única maneira que podem e entrar em greve pela sua liberdade”.

Carta assinada por 800 profissionais de saúde e divulgada na semana passada pediu que o governo intervenha para atender aos grevistas de fome. Diante da hospitalização de dois grevistas, o co-vice-líder do Partido Verde, Mothin Ali, disse que essa situação horrível “poderia ter sido evitada se os ministros tivessem concordado em se reunir com representantes dos grevistas de fome e ouvir suas preocupações e demandas”.

“Também há denúncias de maus-tratos aos prisioneiros, algo que presenciei em primeira mão quando fui visitar Amu Gib em Bronzefield”, acrescentou.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *