Em entrevista ao HP, Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Autônomos e Logística (CNTTL), líder sindical dos caminhoneiros, declarou que a greve agora é uma questão de sobrevivência: “Ou a gente para até nossas reivindicações serem atendidas, ou a categoria acaba. Aí, fica pior para todo mundo, porque o Brasil se movimenta em cima das rodas de um milhão de caminhoneiros”. Para ele, “a situação é muito pior que há três anos”.
Em assembleia nacional no último sábado, dia 16, a categoria decretou estado de greve até o dia 1º de novembro. A mobilização é pela redução do preço do combustível, em defesa da constitucionalidade do piso mínimo para o frete e direito a aposentadorias aos 25 anos de contribuição.
Para Litti, “a política de preços da Petrobras é para atender os acionistas estrangeiros”. “É para desmontar a Petrobrás. Exportamos petróleo bruto e importamos o diesel e a gasolina, vendidos aqui a preços exorbitantes, pendurados no preço do dólar, quando nosso custo é muito mais baixo. Os postos foram vendidos e as refinarias estão paradas. O que está havendo é um confisco dos brasileiros para o estrangeiro”.
DIESEL AUMENTOU 51% EM UM ANO
Litti denunciou que os dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) de que o diesel aumentou 37,25% e o frete 1,58% no último ano estão incorretos. Ele esclareceu que a situação é ainda mais grave. “A agência só pesquisa o diesel do tipo S 10, usado por caminhões novos. O caminhoneiro autônomo, em geral, tem caminhão mais rodado e usa diesel do tipo S 500, que teve aumento muito superior, de 51%”, afirmou.
O líder sindical avalia que a “ressonância da proposta está se ampliando rapidamente. A resposta da categoria ao chamado da greve está sendo muito positiva”. O presidente do Sindi-tanques de Minas, Irani Gomes, declarou ao Estado de Minas a adesão à greve do dia 1º: “Nossa luta é a mesma, frete mínimo e redução do preço do diesel”.