
Os professores das escolas estaduais do Rio Grande do Sul completam uma semana da greve contra o pacote de medidas apresentado pelo governador Eduardo Leite, que retira diversos direitos do funcionalismo gaúcho, sendo os professores os mais afetados. Segundo o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), já são 1533 escolas mobilizadas até esta segunda feira (25).
A greve, que começou no último dia 18, contou com importantes atos em diversas cidades do Estado, mobilizando professores, funcionários e estudantes. Entre as medidas propostas pelo governo para a Educação está a alteração da matriz salarial dos professores, com a instituição de subsídio, acabando com as concessões de aumento e reajustes, além da extinção dos adicionais e as gratificações por tempo de serviço.
Na última sexta feira (22), Eduardo Leite ameaçou cortar os dias de greve do salário dos professores que aderiram ao movimento, argumentando que seu governo só estaria disposto a discutir o ressarcimento relativo à primeira semana de greve. A partir de segunda, disse ele, não haveria abertura para o diálogo para devolução dos dias cortados dali em diante
“O Estado admite fazer negociação de compensação dos dias parados ao longo desta semana da greve. Vamos descontar os dias parados e admite fazer a negociação. Mas, a partir de segunda-feira, estaremos descontando e não vamos mais fazer negociação. O governo está aberto ao diálogo, mas não dá para aceitar que essa greve ocorra sem justificativa, por conta da prestação de um serviço que é essencial, em fim de ano letivo, para a população”, disse Eduardo Leite.
Apesar das ameaças, segundo o levantamento apresentado pelo CPERS, as unidades escolares aumentaram em sua adesão.
“Eduardo Leite inflamou a categoria ao afirmar que esta é uma greve sem justificativa. Ora, com 47 meses de salários atrasados, cinco anos de congelamento e os piores salários do estado, ninguém tem mais legitimidade para fazer greve do que os educadores”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
O Sindicato ajuizou, nesta segunda (25), mandado pleiteando uma liminar para sustar os efeitos da medida arbitrária do governador.
“A sociedade compreendeu a gravidade da situação e abraçou a defesa da própria escola pública, se posicionando fortemente contra a injustiça de uma crise que recai sempre sobre os ombros da categoria.”, disse a entidade em nota.
Em reunião, o comitê de greve elaborou um calendário que prevê a organização da Assembleia Geral da categoria, nesta terça-feira (26), às 13h30 na Praça da Matriz,com o propósito de manter os professores mobilizados e fomentar o crescimento do movimento, que já se dissemina por outras categorias e fora do Rio Grande do Sul.
Além disso, os professores vão se somar ao ato unificado da Frente de Servidores(as) Públicos (FSP/RS), marcado para às 16h, no mesmo local.
Na quinta-feira (28), o Comando de Greve convocou uma manifestação no início da noite em todos os núcleos, trazendo a comunidade escolar e populares para abraçar a escola pública, em ato simbólico.
A Greve mantém a exigência de retirada da pauta da Assembleia dos projetos que atacam brutalmente os trabalhadores(as) em educação.