
Trabalhadores dos serviços de transporte, da educação, metalúrgicos, químicos, de hospitais e funcionários públicos paralisaram a Bélgica nesta quarta-feira (13) contra a política de arrocho salarial e das aposentadorias proposta pelo primeiro-ministro Charles Michel.
Enquanto estudos comprovam a necessidade de valorização do salário mínimo – e os reiterados lucros recordes obtidos pelas empresas – o governo tenta impor nas “negociações” de um Acordo Interprofissional (AIP) que os sindicalistas aceitem um reajuste de 0,8% para os próximos dois anos.
Condenando as “migalhas” propostas pelo governo como “provocação”, a Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB), a Central Sindical Cristã (CSC) e a Central Geral dos Sindicatos Liberais da Bélgica (CGSLB) demonstraram capacidade de unidade e mobilização, tanto no setor público como no privado.
“Muitas empresas estão fechadas, é um sucesso, porque as pessoas nos seguiram, nosso slogan foi bem recebido pelas bases”, comemorou Robert Verteneuil, presidente da FGTB, alertando que os “empregadores e políticos fariam bem em ouvir a mensagem que é dada pela população”.
“Os trabalhadores precisam de respeito, desejam viver com dignidade e não simplesmente sobreviver”, declarou a secretária do sindicato CSC, Marie-Hélène Ska, para quem a greve é uma resposta à provocação do governo. “Por isso a greve está em todos os setores e por todos os lugares”, frisou.
Um balanço divulgado no final do dia apontou que o transporte público foi praticamente paralisado na capital, Bruxelas, enquanto a empresa ferroviária anunciou a suspensão dos serviços, limitado a alguns horários. A greve nos transportes também foi forte nas províncias de Liège e Charleroi.
A agência de notícias Belga confirmou a multiplicação de piquetes por todo o país – como no porto de Ghent (norte), Eupen (leste) e em áreas industriais de Limburg (leste), assim como em várias fábricas de produtos químicos em Antuérpia (norte), considerada o pulmão econômico do país. Grande parte dos trabalhadores do serviço de correios, da coleta de lixo e de shopping centers também se somaram ao movimento.