O candidato à presidência da Rússia, Pavel Grudinin, fez a seguinte declaração publicada pelo site do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR).
A economia da Federação Russa continua em retração. Nem a manipulação do Serviço de Estatísticas do Estado Federal [Rosstat], nem as mágicas das autoridades russas conseguem salvar a situação. O declínio da indústria, que se agravou em novembro do ano passado, continuou em dezembro. O resultado é uma queda de 1,7% no quarto trimestre. A extração de minerais diminuiu 1%, e o setor de processamento caiu mais de 2%.
As pequenas empresas, que são o motor do desenvolvimento em todo o mundo, continuam a murchar e diminuir sob a pressão dos órgãos fiscais e de controle do Estado. Não muito tempo atrás, o número de empregados nas pequenas empresas era de 22 milhões, e agora apenas restaram 16 milhões. Na Rússia, a participação das pequenas empresas no emprego é de apenas 15%, já na China, por exemplo, chega a 80%.
Mas os meios de comunicação se entusiasmam pelo fato de que a Rússia, depois de ter ultrapassado a Ucrânia, ficou no segundo lugar no mundo quanto à exportação de grãos. Mas o que há para se alegrar?
Mendeleev falou há mais de 100 anos sobre a necessidade de criar uma indústria de alta tecnologia na Rússia e desenvolver exportações não primárias, porque “as matérias-primas podem ser extraídas até por selvagens”. Nós ainda mandamos matéria-prima para o exterior. Vejam só! A partir dos nossos grãos, existem, na Turquia, fábricas que produzem e vendem farinha para todo o mundo. Nós precisamos fazer de tal forma que fabricar produtos finais seja rentável para a Rússia.
Neste contexto, especialistas qualificados deixam rapidamente a Rússia. Foram publicados números interessantes a respeito disso no site da Academia Russa de Economia Nacional e Administração Pública: anualmente deixam a Rússia para países desenvolvidos mais de 100 mil pessoas! O mais desagradável é que estamos falando de “migração intelectual”.
Isso não é surpreendente. O governo da Federação Russa não estimula as pessoas a permanecer na sua terra natal e a trabalhar em nosso país. No ranking mundial de competitividade, pelo critério de espaço para talentos, a Rússia ocupa apenas o 107º lugar de um total de 118 países.
E neste momento, as autoridades da Federação Russa contam estórias sobre a “economia digital”. Sobre isso falaram, em particular, no recente encontro dos “perdedores” – o Forum-2018 de Gaidar. Se mais de 20 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, e um de cada três trabalhadores recebe menos de 15 mil rublos por mês, de que altas tecnologias pode se falar?
Perante nossa equipe está a tarefa de mudar radicalmente a situação atual, fazendo com que as pessoas se orgulhem de ter nascido na Rússia, que nosso país seja atraente para viver e confortável para a realização dos talentos nacionais.