Com a proposta de mediação para a saída da crise venezuelana, foi recebido, neste dia 16, na sede do governo venezuelano, o Palácio Miraflores, uma missão política do Grupo Internacional de Contato.
A delegação, que volta a Caracas para dialogar com o governo e com a oposição sobre uma saída para a crise, está composta representantes de França, Itália, Portugal, Alemanha, Espanha e Holanda. Também fazem parte desta articulação a Suécia, Reino Unido, Costa Rica, Uruguai, Equador e Bolívia.
Os delegados do grupo, formado por iniciativa da União Europeia (UE), foram recebidos por Jorge Arreaza, ministro das Relações Exteriores da Venezuela e também por Maduro.
No entanto, o que torna as negociações limitadas no sentido de trazer uma saída efetiva é o distanciamento dos interesses da grande maioria dos venezuelanos tanto nas fileiras maduristas – que levaram o país a um caos econômico insustentável – como nas que giram em torno de Guaidó, inteiramente submetido aos interesses forâneos ditados a partir de Washington, como ele próprio assume.
Neste sentido, a ausência, nas negociações, de setores que propõem uma saída popular e independente para a crise, a exemplo da oposição chavista autêntica, unificada na Aliança pelo Referendo Consultivo, (ARC) e que é composta por vários ex-ministros de Hugo Chávez, sinaliza para uma situação de insolubilidade da crise a curto prazo.
Por seu lado, a ARC, assim como composição recente integrando sindicatos de diversas categorias, buscam mobilizar a sociedade venezuelana para uma alternativa que reúna as forças que querem uma saída popular e progressista para o país. Estas forças atuam sob a consigna de “Nem Maduro, nem Guaidó”. Entre as iniciativas da ARC está a coleta de assinaturas para atingir um número capaz de obrigar tanto o governo, como a Assembleia Nacional a acordarem na convocação do Referendo Consultivo, como estabelece a Constituição, gerando assim a demanda por eleições em todos os níveis.