A União Sindical de Trabalhadores da Guatemala (Unsitragua) e o Comitê de Unidade Camponesa (CUC) denunciaram que o recente assassinato de três dirigentes indígenas e de povos originários forma parte da crescente criminalização da luta dos movimentos sociais, que têm favorecido à ação das transnacionais estadunidenses.
As execuções na semana passada de Mateo Chamán Pau, Luis Arturo Marroquín e José Can Xol, lideranças do Comitê Camponês do Altiplano (Codeca), alerta o Unsitragua, “feitas de forma sincronizada, demonstram claramente que a situação de respeito às atividades dos defensores de direitos humanos vem tendo graves retrocessos” em nosso país. “Com a ingerência de certas potências estrangeiras”, assinala, “é preocupante e condenável a situação a que seguem nos levando os poderes econômicos, políticos conservadores e militares na Guatemala”.
Tamanha violência, assinala a central sindical, é resultado das “políticas do sistema capitalista selvagem neoliberal, agravado pelo modelo extrativista imposto como novo modelo de colonização, repressão, gerador de ódio, que tem aprofundado a pobreza, a desnutrição crônica, o desemprego, os baixos salários, a destruição do cultivo de alimentos, o desvio e a contaminação das águas dos rios”.
Para o coordenador do Comitê de Unidade Camponesa, Daniel Pascual, a solidariedade internacional cumpre um papel fundamental para frear os reiterados abusos. De acordo com a CUC, apenas no ano passado foram registrados 12 despejos e deslocamentos forçados, e os abusos e a repressão seguem, “dando a nítida sensação de que a violação dos direitos humanos está aumentando”. “A Guatemala foi seqüestrada por grupos de corruptos e criminosos que não querem o desenvolvimento da população e querem manter o país cooptado em seu próprio benefício”, ressaltou Pascual.