
O ministro Paulo Guedes fez uma declaração nesta segunda-feira, 25, em entrevista coletiva em Washington, em tom de ameaça aos petroleiros que iniciaram greve esta semana.
“Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria”, disse Guedes, sugerindo que os funcionário fossem demitidos, caso a empresa fosse privada.
“Você tem excelentes salários (na Petrobrás), bons benefícios, você tem quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria”. “Cheio de gente procurando emprego e tem gente que fica fazendo greve?”, ameaçou o ministro, principal defensor da privatização da estatal, do arrocho salarial e entrega do patrimônio brasileiro aos estrangeiros.
Os petroleiros aprovaram greve de uma semana, de 25 a 29 de novembro, contra essa política de desmonte da empresa, com o fechamento de unidades e o impacto direto nos trabalhadores, com planos de demissões e transferências em massa que, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), fere o Acordo Coletivo de Trabalho, aprovado em outubro.
De acordo com a empresa, a greve atinge sete refinarias – Recap (SP), Reduc (RJ), Refap (RS), Reman (AM), Replan (SP), Rlam (BA) e Rnest (PE) – na Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, e em plataformas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
A greve foi mantida mesmo com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que na última sexta-feira, 22, determinou multa de R$ 2 milhões para cada dia de greve, independentemente do número de unidades atingidas. Para o diretor de Relações Institucionais da FUP, Deyvid Bacelar, a decisão é “arbitrária”, e a federação vai reagir à decisão.