Na quarta-feira (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo não apenas quer tributar o “consumo” e a “renda”, mas também transações digitais como, por exemplo, em aplicativos de celular.
“Você nem vai passar mais em banco, [vai] transferir dinheiro pelo celular. Como vai tributar essa transação? Essa transação digital? Você precisa de um imposto. Tem que ter um imposto para transação digital”, declarou Paulo Guedes.
Após ter defendido na campanha eleitoral que era a favor da volta da antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) e encontrado resistência em vários setores da sociedade, Guedes tenta ressuscitar o imposto com outro nome.
“Nunca foi a CPMF, sempre foi transações. Como tributamos isso? Tem transações digitais. Você precisa de algum imposto, tem que ter um imposto que tribute essa transação digital”, declarou.
“Temos o nosso conteúdo, estava pronto para ser disparado. Houve um descarrilamento, caiu um secretário da Receita. Na hora que caiu, reconfiguramos o time, continuamos fazendo as simulações que estávamos fazendo, já com tudo preparado para disparar”, disse Guedes.
Em setembro, após ter vazado a proposta da equipe econômica do governo Bolsonaro que ressuscitava a CPMF, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, e o secretário-adjunto da Receita, Marcelo Silva, foram derrubados do cargo.
A cobrança de 0,4% até 2% de todas as transações financeiras repercutiu mal e Bolsonaro, que também disse em várias entrevistas que o governo dele criaria um imposto sobre movimentação financeira, fingiu que era contrário à volta da CPMF e colocou a culpa em Marcos Cintra e Marcelo Silva, afirmando que ambos tinham tirado a proposta da cabeça deles.
A CPMF, foi criada em 1995, em caráter provisório, com o objetivo de melhorar o sistema público de saúde. Com os recursos desviados para pagamento de juros da dívida, o imposto acabou ficando conhecido como o “imposto do cheque”, que agora Guedes quer transformar em “imposto digital”.
“A resposta da Câmara vai ser não ao imposto sobre movimentação financeira com o nome que você queira dar. Você pode dar o nome que você quiser”, declarou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quinta-feira (19), sobre a proposta de Guedes de ressuscitar a CPMF.