O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (22) que o governo começará “daqui a pouco” a privatizar “peixes grandes”, ao ressaltar que os recursos obtidos com as privatizações serão transferidos aos bancos por meio do pagamento dos juros da dívida pública.
Disse Guedes, durante um seminário sobre a reforma da Previdência em Brasília, que “por enquanto não tem peixe grande, só coisinha pequena aqui, concessões ali. Daqui a pouco vão entrar os grandes, nós vamos começar os grandes também. Está tudo sendo preparado”, destacou o ministro.
Em seguida, Guedes disse que o dinheiro arrecadado seria utilizado para o pagamento dos juros da dívida pública, que segundo ele, é uma vergonha para Brasil – já que este ano a expectativa do governo é de gastar R$ 360 bilhões com essa despesa.
“Com as privatizações, vamos travar essa despesa (com juros da dívida), que para o Brasil é uma vergonha”, afirmou Guedes.
Guedes não disse que peixes grandes são esses, mas no mês de março deste corrente ano, o ministro declarou durante um evento intitulado “A Nova Economia Liberal”, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, que se livraria de todas as estatais, inclusive a Petrobrás.
Disse Paulo Guedes:
“Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca…”, declarou, referindo-se ao secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, secretaria do Ministério da Economia com foco em privatizações.
Na quinta-feira (16), em Dallas (EUA), Guedes anunciou que pretende entregar o Banco do Brasil para o Bank of America.
As críticas declaradas por Paulo Guedes aos gastos do governo com juros são falaciosas, pois se Guedes estivesse realmente incomodado com os gastos do governo com a dívida pública, ele diminuiria os juros a patamares civilizados, por meio da redução da taxa básica de juros da economia (Selic), já que governo que tem o poder de definir essas taxas.
Mas, Bolsonaro pretende entregar definitivamente as decisões econômicas do País, inclusive as taxas de juros, para os monopólios financeiros que controlam o Banco Central, ao propor a lei que permite a autonomia ao Banco Central (BC).