O ministro da Economia, Paulo Guedes, não participou do lançamento do Casa Verde e Amarela, do Ministério do Desenvolvimento Regional, apesar de ter sido convidado, e levantou suspeitas sobre a possibilidade de sua saída do governo Bolsonaro.
O Casa Verde e Amarelo é um novo nome para o programa Minha Casa, Minha Vida. Seu lançamento aconteceu no Salão Nobre do Palácio do Planalto, na terça-feira (25).
Paulo Guedes tem reclamado da presença de ministros e conselheiros “fura-teto” de gastos no governo Bolsonaro. Para ele, durante uma crise econômica o governo deve privatizar e cortar gastos.
Para outros, como o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, que apresentou o programa Casa Verde e Amarela, deve haver investimentos.
Paulo Guedes disse que “os conselheiros do presidente que estão aconselhando a pular a cerca e furar teto [de gastos] vão levar o presidente para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal. O presidente sabe disso, o presidente tem nos apoiado”.
“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a ministros fura-teto. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com o ministro fura-teto”, afirmou o ministro da Economia.
Ao mesmo tempo, Guedes tem visto sua equipe no Ministério se desmantelar. Foram cinco indicados por ele que deixaram seus cargos, divididos em duas levas.
Mansueto Almeida deixou o comando do Tesouro Nacional, Rubem Novaes deixou a presidência do Banco do Brasil e Caio Megale abandonou a diretoria de programas do Ministério da Economia.
Mais tarde, os secretários de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, também abandonaram o barco.
Segundo Guedes, “houve uma debandada. Salim falou: ‘A privatização não está andando, prefiro sair’. Uebel disse: ‘A reforma administrativa não está sendo enviada, prefiro sair’. Esse é o fato, essa é a verdade.”
O ministro Paulo Guedes também está tendo dificuldades de se relacionar com o Congresso Nacional. Na semana passada, ele acusou os senadores de estarem fazendo um “crime contra o país” ao derrubar o veto de Jair Bolsonaro que impede o reajuste no salário dos servidores da área da saúde até 2021.
Os senadores aprovaram, na terça-feira (25), um requerimento que pede que Paulo Guedes dê explicações sobre sua fala.
O veto foi mantido depois de votação na Câmara dos Deputados.