Como sempre, o ministro que tem 50 milhões escondido nas Ilhas Virgens Britânicas só pensa em ajudar banqueiros e rentistas
Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, quer desviar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dinheiro do trabalhador para ser usado no pagamento de dívidas com o sistema financeiro. A promessa foi feita em evento com banqueiros promovido pelo BTG Pactual.
É mais um ato de sua “revolução silenciosa” que propagandeou no encontro do G-20 em fevereiro, “revolução” que levou 19 milhões de brasileiros à extrema pobreza, ampliou a precarização do trabalho com 38 milhões de trabalhadores na informalidade -, sem qualquer direito trabalhista, vivendo de “bico”, sem carteira de trabalho – e com a renda desabando, diante da disparada da inflação com aval de Bolsonaro.
Como declarou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins sobre a medida: “mais uma vez opta-se em usar o FGTS como complemento de renda ao invés de usa-lo para gerar bem-estar social, empregos e renda”.
No início da pandemia, Guedes disse que a economia estava voando, crescendo em “V”. Ofereceu um vale de R$ 200 reais aos trabalhadores informais, que ele chamou de “invisíveis”, para enfrentarem a pandemia. Sob pressão da sociedade e por decisão do Congresso Nacional foi aprovado o auxílio emergencial de R$ 600 e evitou-se, assim, que milhões de brasileiros, que já enfrentavam o desemprego e uma economia estagnada, pudessem ficar em casa e salvar suas vidas e de outros milhões de brasileiros, ao contrário do que defendia Bolsonaro com seu negacionismo na saúde e na economia.
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que recuou menos 4,1% em 2020, só não foi pior graças ao auxílio emergencial. Se confirmadas as projeções para o resultado da economia este ano – de 4,5%, será apenas uma ligeira compensação do tombo do ano anterior.
Com a política de Bolsonaro de lançar os juros na Lua, colocando mais lenha na fogueira da recessão, e a inflação na casa de dois dígitos, pela primeira vez, desde 2015, a economia brasileira este ano continuará em recessão.
Além de reduzir os investimentos público ao pior patamar da história, Bolsonaro elevou a transferência de recursos públicos da saúde, educação, segurança, ciência e tecnologia, para pagamento da dívida a bancos.
E, mais uma vez, quer se utilizar do dinheiro do trabalhador para dizer que está investindo em alguma coisa, como fez durante a pandemia, antecipando o 13° salário e reduzindo salários – tudo dinheiro do trabalhador, nada de dinheiro novo na economia.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa. Além disso, o trabalhador pode com os recursos financiar um imóvel próprio, tratar de uma doença grave, só não pode desviar esses recursos para pagar dívida com os bancos, o que pretende Guedes em meio à carestia, com os preços dos alimentos, combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha subindo e apenas o salário em queda livre.
Com o país em recessão, com o desemprego elevado, o trabalhador torra o FGTS e depois volta a ficar pendurado em dívidas com o sistema financeiro.