Nomeado por Jair Bolsonaro ministro da Fazenda, Paulo Guedes nem mesmo assumiu o cargo e já negocia a devolução de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) ao Tesouro em 2019 – o que teria impacto significativo nos desembolsos dos bancos públicos para o fomento de investimentos.
Segundo Guedes, a medida visa reduzir o estoque da dívida pública, ou seja, transferir o recurso aos bancos para pagamento da dívida.
Ele conta com Joaquim Levy como aliado, indicado para a presidência do BNDES. Levy foi ministro do Fazendo do governo Dilma é conhecido por, em sua gestão, manter os juros básicos da economia nas alturas para favorecer o mercado financeiro.
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A dívida que o BNDES tem com o Tesouro é de R$ 260 bilhões, mas o cronograma previa pagamento de R$ 26 bilhões no ano que vem – R$ 74 bi a menos do que a equipe de Bolsonaro quer arrancar.
Redução de empréstimos e aumento de juros
Criado para conceder empréstimos ao setor produtivo com juros subsidiados para fomentar investimentos, o BNDES será condicionado a reduzir seus empréstimos para pagar a dívida com o Tesouro nos termos propostos pelo próximo ministro da Fazenda. A avaliação é que o banco público teria condições de ampliar em mais R$ 50 bilhões a devolução se os desembolsos não ultrapassarem R$ 80 bilhões em 2019, ou seja, quase 100% menos do que o que era investido pelo banco em 2014.
Para bancar a garfada do governo, o banco também conta com a mudança da taxa de juros para os empréstimos – antes de longo prazo (TJLP) – para a chamada TLP praticada nos mesmos moldes das taxas do mercado financeiro.
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