O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou, na segunda-feira (13), em seu retorno de férias nos Estados Unidos, que este ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai acelerar a venda das ações de empresas que o banco tem participação acionária através da Banespar, com o objetivo de repassar ao Tesouro Nacional mais R$ 100 bilhões de reais.
Disse que não conseguiu fazer isso em 2019, mas que este ano vai conseguir alienar esse importante patrimônio que o BNDES possui. “Não vou falar de que jeito vai ser. Só digo que vai acontecer”, declarou. “De novo eles vão mandar R$ 100 bilhões para o Tesouro, pode ficar tranquilo”.
No ano passado, o BNDES transferiu ao Tesouro R$ 133 bilhões, através de antecipação de empréstimos, por exigência de Guedes, e por dividendos à União.
AÇÕES DAS PETROBRÁS
A carteira de participações acionárias do BNDES está avaliada em torno de R$ 120 bilhões. Desse total, R$ 55,9 bilhões são ações da Petrobrás.
O dinheiro arrecadado nessas operações, através basicamente das vendas das ações dessas empresas na Bolsa de Valores, será destinado exclusivamente para o pagamento de juros a bancos.
Além de torrar as ações da Petrobrás, com o saque de mais R$ 100 bilhões, Guedes visa esvaziar o BNDES, tirando dele o caráter de banco de fomento. Não é à toa que Montezuna, amigo do filhos de Bolsonaro que assumiu a presidência do BNDES, declarou que o desempenho do BNDES não será mais medido pelos desembolsos à industria, à agricultura, enfim, ao desenvolvimento da economina. Sua meta continua sendo a de transformar o banco público em uma “butique da Faria Lima”.
Esse esvaziamento do BNDES é uma meta de Guedes e Bolsonaro. Tirar da instituição sua principal característica de banco de fomento desde a sua fundação. “Transformar o BNDES em um banco de serviços, ajudando nas privatizações, concessões, desinvestimento e reestruturação financeira de Estados”, conforme disse Montezano ao apresentar seu plano de desmonte do banco público nos próximos três anos.