Os gestos falam mais que as palavras. Em plena pandemia, quando quase mil brasileiros continuam morrendo, todos os dias, pela Covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu sair de férias.
O Diário Oficial confirmou a vacância do ministro a partir desta sexta-feira, 18 de dezembro, devendo retornar somente no dia 8 de janeiro de 2021. A folga denuncia o tamanho do compromisso do titular da pasta mais importante do governo com a vida dos brasileiros.
São 22 dias de afastamento em pleno aumento de casos de contaminação e óbitos pelo novo coronavírus e no momento a crise econômica e social explode em todas as suas dimensões, estando os brasileiros, principalmente os mais vulneráveis, totalmente desamparados por políticas públicas que deveriam ser implementadas principalmente a partir da pasta comandada por Guedes.
No final de novembro, quando no Brasil e no mundo já se falava numa segunda onda da Covid-19, Guedes declarou que “a economia está voltando forte, a doença está descendo. Eu não estou dizendo duas ou três semanas. Eu estou dizendo, de 1,3 mil, 1,4 mil mortes diárias, a coisa caiu para 300, 250. Agora, parece que voltou para 350”.
Segundo o boletim do consórcio de imprensa (O Globo, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo), nesta terça-feira (15) o Brasil registrou 915 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, um total de 182.854 vidas ceifadas desde o começo da pandemia. A média móvel de óbitos nos últimos 7 dias foi de 667, um crescimento de 24% em relação a 14 dias atrás.
O “Posto Ipiranga” resolveu passear enquanto milhares de micro e pequenas empresas fecham as portas, o desemprego explode e a carestia dispara para o bolso dos mais pobres.