O ministro da Economia e guru de Bolsonaro, Paulo Guedes, defendeu, durante almoço na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) que a política de cortes de gastos deve chegar ao Sistema S. Segundo ele, as entidades da Indústria devem se adequar ao arrocho que será realizado pelo seu governo.
Segundo Guedes, o plano é “meter a faca” na verba destinada às entidades das categorias profissionais, conhecidas como Sistema S. Os cortes podem variar entre 30% e 50% do orçamento atual.
“Tem que meter a faca no Sistema S. Vocês acham que a CUT [Central Única dos Trabalhadores] perde sindicatos, e aqui continua tudo igual, com almoço bom?”, disse o ministro de Bolsonaro, em seu discurso.
Alguns dos presentes riram da declaração, mas a maioria presente no auditório da Firjan permaneceu séria.
Ao final do pronunciamento de Guedes, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, pediu a palavra e comentou a fala diante do futuro ministro.
“Já existe um grupo de trabalho nessa casa para submeter ao seu governo, em breve. O senhor disse, por diversas vezes, que não quer destruir o que funciona. Temos 4.000 funcionários na Firjan e precisamos descobrir uma forma de ser contemporâneos e levar o trabalho adiante”, afirmou.
O Sistema S foi concebido na década de 1940 para promover capacitação de mão de obra, cultura e lazer para os trabalhadores. É mantido mediante a contribuição compulsória das empresas, com alíquotas variadas. Em geral, as taxas variam de 0,2 a 2,5%, dependendo do tipo de negócio e do regime de tributação escolhido. A alíquota incide sobre a folha de pagamento e, por isso, empreendimentos maiores pagam mais.
O sistema é formado por entidades como o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Sesc (Serviço Social do Comércio), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e o Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).
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