
É tão lunático que recentemente ofendeu os cristãos debochando de Jesus Cristo ao dizer que “se ele pudesse, teria uma pistola”. Lula criticou a violência e afirmou que quer livros no lugar de armas
Jair Bolsonaro achou que estava atacando e desmoralizando o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto, ao dizer, em sua live de quinta-feira (30), que o ex-presidente e candidato da oposição fecharia os centros de tiro criados por ele e abriria centros de leitura. Que ele trocaria armas por livros.
“Não esqueça que o outro cara, o de nove dedos, já falou que vai acabar com o armamento no Brasil. Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar biblioteca, como se ele fosse algum exemplo pra isso”, disse Bolsonaro, depois de homenagear um troglodita armado até os dentes, que não sabe nem o que é uma escola, com a medalha de Ordem do Mérito do Livro, da Biblioteca Nacional.

Lula havia realmente criticado a fixação de Bolsonaro em armas, nas milícias e na violência. Em 30 de abril, em um ato político, o ex-presidente afirmou que, se eleito, pretende “espalhar bibliotecas pelo país”. “Vamos trocar armas por livros”, disse Lula. “Se preparem, porque esses clubes de tiros que foram criados vão fechar, vamos criar clubes de leitura”, disse Lula. “Em vez de tiros, nós teremos livros”, assegurou o pré-candidato da Federação “Brasil da Esperança”.

Bolsonaro vive num mundo paralelo, num mundo das milícias, das armas, do ódio, das rachadinhas e da violência. Tudo nele gira em torno de um fuzil e de mortes. A ponto de afirmar, como fez recentemente, que se Jesus pudesse, teria adquirido armas. Ele ofendeu os cristãos ao debochar de Jesus Cristo no encontro com líderes evangélicos no Palácio Planalto.
Um dos bolsonaristas presentes na ocasião, para bajular o chefe, fez uma citação deturpada e imbecil sobre as escrituras: ‘Foi uma recomendação do próprio Jesus antes de ser crucificado. Ele mandou que quem não tem espada venda a vestimenta e compre uma espada’. Ao que Bolsonaro emendou rapidamente, dizendo: ‘só não comprou uma pistola porque naquela época não havia, hahaha’. Apesar da encenação religiosa, nada é mais distante do cristianismo e anticristão do que Bolsonaro e suas milícias.
Bolsonaro estimulou o cidadão comum a se armar e aumentou a possibilidade de acesso a armamentos com calibres maiores. O governo publicou até hoje 15 decretos presidenciais, 19 portarias, dois projetos de lei e duas resoluções que flexibilizam regras sobre armas.
O número de armas pessoais registradas no Exército e na Polícia Federal cresceu 77,5% em 2021, comparado com 2018. Atualmente, há 2,3 milhões de armas nas mãos de CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçado), servidores civis, pessoas comuns e no acervo particular de militares.

Integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabel Figueiredo relata que, desde 2017, Isabel Figueiredo observa com atenção o aumento do número de CACs. Ela afirma que o aumento de armas nas mãos dos CACs é algo que preocupa. Há um conjunto robusto de pesquisas que mostram que o aumento do número de armas em circulação gera uma tendência de aumento da criminalidade violenta, acidentes domésticos e suicídios, aponta a especialista.
No âmbito da criminalidade, ela conta que o impacto se dá nos conflitos: quando há alguma briga e existe uma arma de fácil acesso, a tendência é que o desfecho seja mais violento. O outro problema são os desvios de armas. “A arma legal migra facilmente para a ilegalidade. O cara perde a arma, é roubado. Em outros casos, a pessoa compra arma como CAC e, na verdade, ela integra o crime organizado e fornece a eles [criminosos] armamentos”, explica.
Segundo o Sistema de Dados do Escritório das Nações Unidas para Crimes e Drogas (Unodc), o Brasil responde por 20,4% dos homicídios no mundo, mesmo tendo apenas 2,7% dos habitantes do planeta. Enquanto, em 2020, em 102 países morreram 232.676 pessoas, só aqui foram quase 48 mil óbitos. O anuário revela que, em números absolutos, o Brasil lidera o ranking mundial de homicídios e é o oitavo país mais violento do mundo. Em volume de registros, apenas Índia (40.651) e México (36.579) possuem números tão grandes quanto os do Brasil.

Não satisfeito, Bolsonaro afirmou, em entrevista a um repórter fascista da Fox News, nesta semana, que gostaria de imitar a legislação americana sobre a venda e o porte de armas. Além de demostrar o seu servilismo a tudo que vem dos EUA, principalmente da direita americana, a declaração de Bolsonaro aponta que ele quer implantar no Brasil o clima de chacinas que ocorrem quase todos os dias naquele país.
Nos EUA são quase diários os casos de chacinas onde lunáticos e neonazistas armados até os dentes saem nas ruas e matam pessoas a esmo, nos parques nos Shoppings, nas igrejas e nas escolas. O atentado mais repugnante aconteceu recentemente com o fuzilamento e morte de 19 crianças por um desses lunáticos que tinha apenas 18 anos e havia comprado tranquilamente o seu fuzil numa das milhares de lojas de armas que existem naquele país. É nisso que Bolsonaro quer transformar o Brasil.