O guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, voltou à carga contra os militares que integram o alto escalão do governo, disparando novos ataques principalmente contra o ministro Santos Cruz, titular da Secretaria de Governo.
Em postagens feitas na manhã de quarta-feira (8) no Facebook, Twitter e em um vídeo postado no YouTube, com o título “FARSA IDIOTA”, ele afirmou que Santos Cruz está fazendo tráfico de influência com o objetivo de favorecer organizações de esquerda.
O autoproclamado filósofo voltou ao ataque, agora tentando se passar por vítima. Olavo reclamou de uma suposta campanha de “difamação” contra ele, orquestrada com apoio do “comando supremo das Forças Armadas e a mídia inteira”. O objetivo, segundo disse, seria alertar para a ação “sinistra de uma máfia mundial de olavettes financiada por fontes misteriosas, talvez pelo próprio governo americano…”
Como pegou muito mal sua fala sobre o ex-comandante do Exército, general Villas Bôas, ele agora diz que não atacou o militar e que foi mal interpretado. Que foi vítima de uma armadilha.
“Só agora começo a entender o que se passou. Quando esta briga começou, era só uma reação minha à atitude insana do Santos Cruz que respondia a um elogio meu com insultos. Só aos poucos os fatos mais significativos foram aparecendo por iniciativa de outras pessoas e sem que eu mesmo os investigasse”, escreveu.
Olavo de Carvalho disse que o general Santos Cruz estava tentando forçar o Ministério das Relações Exteriores a pagar convênios que o próprio Bolsonaro havia suspendido e que favoreciam organizações “notoriamente esquerdistas, inimigas do governo”.
“Convênios, um dos quais, era a produtoras cinematográficas, que queriam ir para Cannes exibir filmes como esse Marighella e outras coisas parecidas, filmes notoriamente comunistas”, afirmou.
Segundo o guru da família Bolsonaro, o militar teria desconfiado que fora descoberto e que por isso resolveu reagir, mobilizando “céus e terras contra uma ‘conspiração internacional’, envolvendo nisso até o comandante Villas Bôas, um grupo de dez senadores e várias organizações de mídia”.
Ao citar o ex-comandante Villas Bôas, que divulgou uma resposta às críticas do escritor à ala militar do governo, Olavo de Carvalho tentou desfazer o mal-estar gerado pela forma desrespeitosa com que se referiu ao general. Ele acusou os militares de se esconderem por trás “de um doente preso a uma cadeira de rodas”.
Contudo, a forma desrespeitosa de se referir ao ex-comandante do Exército, que sofre de uma doença degenerativa chamada esclerose lateral amiotrófica, continuou, porque o astrólogo bolsonarista dá a entender que Villas Bôas não foi o autor do texto publicado em sua rede social.
“Eu não sei se o general Villas Bôas escreveu ou ditou isso pessoalmente ou se alguém redigiu e deu pra ele”, disse.
“A mensagem atribuída ao general Villas Bôas entrou aí como ardil, na expectativa de que eu, na resposta, ofendesse o general adoentado e pudesse então ser acusado de agressão a um cadeirante”, alegou.
Olavo de Carvalho usou ainda o Twitter em seus ataques. “Não comecei esta briga, nem imaginava que ela, por iniciativa de um bandidinho empenhado em mover céus e terras para ocultar sua má conduta, tomaria tais dimensões”, postou, referindo-se ao titular da Secretaria de Governo. “Quem pariu Mateus que o embale”, completou.
Xingamentos e palavrões também foram dirigidos aos meios de comunicação. “Condeno o Santos Cruz e seus cúmplices por tentarem envolver um general doente nas suas briguinhas, e sou EU quem o desrespeita? Em que mundo essa putada da mídia vive?”, disparou.
Mais: “ATENÇÃO, REDE GROBO: ‘Ala militar versus ala ideológica’ é o cu da sua mãe. Quer dizer que os militares não têm ideologia nenhuma, são puros entes científicos?”
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