“Tudo o que acontece de mau no Brasil vem de uma ou várias destas instituições: Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas”, disse o astrólogo. Deputado respondeu que Olavo é um “desantenado da realidade”
Estamos assistindo a um verdadeiro arranca-rabo entre o astrólogo Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, e de outros desmiolados do governo, e o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM). A briga é feia. Lá do estado de Virgínia, nos EUA, onde reside, Olavo de Carvalho disse que “as instituições como as igrejas evangélicas, católicas e a maçonaria são responsáveis por “tudo o que acontece de mau no Brasil”.
Para ser mais exato, Olavo de Carvalho não ficou só nas entidades acima citadas, ele apontou seu rifle em outras direções. Veja a íntegra de sua mensagem no twitter.
“Tudo o que acontece de mau no Brasil vem de uma ou várias destas instituições: Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas. Não que elas em si sejam necessariamente más, mas quem quer que suba na hierarquia de uma delas acaba tentando usá-la para tirar vantagem e foder com o resto da população. Demolir o prestigio dessas instituições seria tirar de milhões de picaretas a arma do crime”, disse ele.
Em relação às Forças Armadas, não é à toa que foi da Virgínia que partiram os ataques mais virulentos contra os militares que Bolsonaro atraiu e depois acabou afastando do governo. “Mostrem-me alguma declaração do general Santos Cruz falando mal de um inimigo do presidente Bolsonaro. Até agora só falou mal de amigos”, disse Olavo de Carvalho. “Santos Cruz é um politiqueiro de merda, um nada que quer controlar a internet”, atacou Olavo, referindo-se ao general mais respeitado do país.

A resposta do general foi contundente “Olavo de Carvalho é um vigarista profissional”, disse Santos Cruz, em depoimento feito à CPI das Fake News.
Na segunda-feira (09), Silas Câmara também rebateu os ataques do ídolo de Bolsonaro, afirmando que ele está “muito desantenado da realidade”. “Coitado do Olavo, ele devia vir morar no Brasil para poder falar sobre o Brasil”, disse o parlamentar amazonense.
“O cara que não mora no Brasil, que está lá não sei onde nos Estados Unidos, vivendo outra realidade. Coitado, não sabe nem da história do Brasil, até porque a gente vive num país laico, num país que não tem nenhum tipo de vinculação de história política com presença de sectarismo religioso no poder, vem falar uma bobagem dessas. Tem que estar muito desantenado da realidade”, destacou.
O parlamentar afirmou ainda que quem atrapalhou o presidente foram “pessoas como o próprio Olavo, que fica lá dos Estados Unidos dando pitaco aqui, tentando semear um comportamento que, na cabeça dele, pode ser em defesa de alguma coisa. Mas, na minha cabeça, é mais para proteger uma tese filosófica dele que na prática não funciona”, completou.
Neste caso, é forçoso reconhecer que o deputado tem razão. A “filosofia” de Olavo de Carvalho não funciona. Aliás, nem a cabeça do astrólogo funciona, como demonstram sua posições toscas, obscurantistas e reacionárias. E como atestam também antigos colegas e a própria filha, Heloisa de Carvalho.
Já desde cedo, quando fazia as vezes de jornalista no Jornal da Tarde, Cavalho fez uma matéria sobre a Ponte Rio-Niterói e atribuiu à obra da ditadura alguns milhares de quilômetros. Não suportou a gozação dos colegas pelo episódio e se afastou do jornal e do jornalismo. Relacionado ou não com este fato, Olavo de Carvalho apresentou distúrbios psiquiátricos e precisou ser internado.
Relatos do jornalista Renato Pompeu, que foi colega de Olavo no hospital psiquiátrico, deram conta de que o paciente, que ficou internado de 1974 a 1975, fugiu do tratamento psiquiátrico no manicômio de Itapira. Pompeu contou também que Olavo foi lentamente se tornando um praticante de rituais ocultistas. Tornou-se discípulo de Juan Cesar Müller, psicólogo e astrólogo especialista em tratamentos com teias de aranha e cristais. Por indicação de Müler, Olavo se tornou membro da Associação Brasileira de Astrologia (ABA).
Pouco tempo depois, Olavo e Carvalho foi expulso da ABA, acusado de desvio de recursos. Fundou a Escola Júpiter de Astrologia e demais ciências do oculto no Brasil. Em 1989 fundou a Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia. Em 1996, Olavo ainda ministrava cursos de alquimia onde tratou de magia a astrologia e outros ensinamentos ocultos. Participou de seitas.
Em entrevista à Folha da Tarde naquele ano disse que estavam querendo matá-lo. Na verdade tratava-se da seita chamada “Tradição”. Esta era uma seita barra pesada da qual ele participava e que era, na verdade uma quadrilha. Uma discussão da partilha de um saque levou à ameaça de morte. Depois da entrevista, Olavo de Carvalho desapareceu. Foi aparecer anos depois, já como inimigo da esquerda.
Heloísa de Carvalho, 50, filha mais velha de Olavo de Carvalho, conta a inusitada história da tentativa de “transmigração” do astrólogo. Este fato, que ele nega, reforça a presença de graves distúrbios mentais no guru de Bolsonaro.

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“Essa história eu não vi. Foi contada pelos meus irmãos e pela minha mãe. É o seguinte: meu pai sempre teve questões de entrar em crise, de delírio de seita e de loucura. Entrou no porão da casa em que morava, em Pinheiros [zona oeste de São Paulo], se fechou lá para construir uma barca egípcia, para transmigrar, coisa da seita, uma coisa de louco. Minha madrasta se apavorou, chamou a polícia. É uma das poucas passagens que conto em que não estava ou de que não tenho prova”.
Olavo pretendia se transportar de sua casa para o Egito, mas foi retirado do subsolo da casa desacordado pelos bombeiros. Ele não conseguiu efetivar a transmigração.
Esse é o guru do atual presidente e de sua família de lunáticos. É o “líder” de uma direita tarraplanista, obscurantista, raivosa, simpatizante do monarquismo e do nazismo e completamente imbecil. Todos aqueles que não compactuam com as ideias retrógradas desse grupo são taxados de “comunistas” e devem ser “eliminados”. Agora, até a igreja evangélica entrou na linha de tiro dessa gente. A briga agora chegou na cozinha do governo.
SÉRGIO CRUZ











