O historiador Yegor Yakovlev revela o plano – só agora publicado em russo – para a destruição dos povos da URSS. Ele ressalta a importância dessas revelações neste momento em que a Rússia volta a enfrentar forças nazistas na Ucrânia
Há 82 anos, nesta data, tinha início a invasão da URSS pelos nazistas comandados por Adolf Hitler. Na Rússia este é um “Dia de Lembrança e Tristeza”. Teve início a Grande Guerra Patriótica, como os soviéticos batizaram o conflito, vencido por eles e seus aliados em 9 de maio de 1945 com a rendição completa dos países do bloco fascista.
Foram 26 milhões de soviéticos que deram sua vida para defender a Patria e salvar a Humanidade da besta fascista. Somente durante a libertação dos povos da Europa da ocupação nazista, cerca de um milhão de soldados soviéticos perderam suas vidas.
Nesta data, a Sociedade Histórica Militar Russa divulgou, pela primeira vez em língua russa, a versão completa do “Plano de Fome” – um documento desenvolvido pela Alemanha nazista para a destruição dos povos da URSS.
A versão completa da “Diretiva sobre a Política Econômica e de Pessoal” nazista foi publicada pela primeira vez no Portal “História.rf”. O documento, datado de 23 de maio de 1941, pedia o extermínio de 20 a 30 milhões de civis na União Soviética.
Além do conhecido plano militar “Barbarossa”, um plano econômico estava sendo preparado para o roubo dos territórios soviéticos ocupados. O plano nasceu em uma época turbulenta para o Terceiro Reich, porque eles eram seriamente dependentes de importações.
O bloqueio naval britânico representava uma ameaça ao estado nutricional da Alemanha nazista. Portanto, eles iam roubar a União Soviética, tirando dela todos os grãos ali produzidos. O resultado deste roubo seria a fome de 20 a 30 milhões de pessoas”, disse Yegor Yakovlev, diretor da Digital History Research Foundation.
Este documento foi encontrado pelos americanos nos papéis do Alto Comando da Wehrmacht e apareceu nos julgamentos de Nuremberg. De acordo com o plano de Hitler, os colonos alemães deveriam gradualmente se estabelecer nos territórios ocupados, e a população da União Soviética tinha que ir para algum lugar, observou Yakovlev.
“A solução para o despovoamento dos territórios conquistados foi proposta por Herbert Bakke, secretário do Ministério da Agricultura e Alimentação. As diretrizes formuladas por ele se resumiam ao fato de que, quando a Wehrmacht tomasse os territórios da terra negra, então toda a comida deles deveria abastecer a Wehrmacht e o Terceiro Reich – grãos e outros produtos alimentícios deveriam ser exportados para a Alemanha para apoiar o homem alemão na rua”, disse o historiador.
Como resultado, os habitantes da Região da Terra Não-Negra tiveram que enfrentar a fome. Em primeiro lugar, o plano previa afetar Moscou e Leningrado. “Ou seja, a ideia de não alimentar o povo de Leningrado não surgiu como resultado do fracasso do plano Barbarossa, mas como resultado de considerações feitas antes mesmo da invasão da União Soviética”, acrescentou.
Yakovlev citou o documento: “Condenamos essas pessoas à fome não apenas porque são bocas extras, mas também porque os grandes russos, tanto sob o czar quanto sob os bolcheviques, sempre foram inimigos da Alemanha e da Europa”. “Foi um plano genocida, porque é o genocídio que prevê o assassinato em massa de algumas pessoas”, disse Yakovlev, observando que isso não é apenas econômico, mas também étnico.
Os crimes de nazismo não têm prazo de prescrição, frisou, lembrando que isso se tornou especialmente importante agora, quando a Rússia está novamente lutando contra a ideologia nazista. “A publicação de tais documentos para o público em geral tem o objetivo de lembrar que nenhum crime de guerra ficará impune”, concluiu o historiador.
Nessa época, muitos países europeus haviam sido escravizados pela Alemanha, e o povo soviético sofreu o golpe mais poderoso da máquina militar do Terceiro Reich. Eles invadiram a URSS em conjunto, Alemanha, Romênia e Itália. Em poucos dias Eslováquia, Finlândia, Hungria, e, em meados de agosto, a eles juntou a Noruega.
O povo soviético respondeu ao inimigo com uma única e poderosa resistência, resistiu à morte no sentido pleno da palavra, defendendo a pátria.
Uma guerra sangrenta, que durou 1418 dias e noites, terminou em 9 de maio de 1945 com a derrota completa dos países do bloco fascista. As perdas humanas totais da URSS durante a guerra ascenderam a 26,6 milhões de pessoas. Destes, mais de 8,7 milhões morreram nos campos de batalha, 7,42 milhões de pessoas foram deliberadamente exterminadas pelos nazistas nos territórios ocupados, mais de 4,1 milhões morreram devido às condições brutais do regime de ocupação.
Outras 5,27 milhões de pessoas foram deportadas para trabalhos forçados na Alemanha e países vizinhos, que também estavam sob ocupação alemã. Destes, pouco mais da metade retornou à sua terra natal – 2,65 milhões de pessoas, mais de 450 mil imigraram, 2,16 milhões de pessoas morreram em cativeiro.
As perdas da URSS foram responsáveis por 40% de todas as baixas na Segunda Guerra Mundial. De acordo com a conclusão da Comissão Estatal Extraordinária para o Estabelecimento e Investigação das Atrocidades dos Invasores Fascistas Alemães, os ocupantes destruíram total ou parcialmente mais de 1.700 cidades e vilas, mais de 70.000 aldeias e vilarejos da URSS.
As perdas humanas e os danos materiais sofridos pelo país com a agressão fascista alemã são incomparáveis. A história ainda não conheceu tamanha destruição, barbárie e desumanidade que marcaram a trajetória dos nazistas em solo soviético.
Fonte Ria Novost
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“População soviética”?? Este jornal ou esta turma parece ainda meio maluca pois fica bem claro que nunca existiu povo soviético coisa alguma…Stalin repetiu imperadores romanos quando fabricaram igreja como partido único para unificar gados no império dizimando inclusive dissidentes afora que mandou envenenar Lenin e mandou matar Trotkay exilado no México…Stalin repetiu Czar…
Percebo agora que todas as ideologias agem iguais na prática e servem para algum grupo ou ditador tomar o poder e religiões sempre foram partidos e se tiverem chance tomam o poder novamente repetindo idade média como tentam agora evangélicos e extrema direita bolsonarista querendo repetir nazismo…
Quem acha que todas as ideologias são iguais na prática, na prática está a favor do nazismo, pois é evidente que tal “igualdade” só pode favorecer ao nazismo. A quem poderia beneficiar a “igualdade” entre nazismo e comunismo? Certamente que não ao comunismo.
É claro que havia um povo soviético, assim como existe um povo brasileiro, formado por gente que veio de muitas partes do mundo – africanos, portugueses, árabes, italianos, alemães, poloneses, e, inclusive, indígenas originários do próprio território.
Você não reconhece a existência de um povo soviético porque não quer reconhecer a vitória dele sobre os nazistas – é isso que devemos ao povo soviético.
É interessante que você iguala a expressão “população soviética” a “povo soviético”. Mas, como é possível ignorar que existia uma população soviética? Quem vivia na URSS era o quê? Sabe quem se propôs a exterminar a população soviética? Pois é, ele mesmo, Adolf Hitler.