“Aporte da União direto está descartado nesse momento”, disse o ministro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na terça-feira (16) que o aporte da União direto aos Correios “está descartado nesse momento”. Segundo o ministro, a pasta negociou com pool de bancos o empréstimo à estatal, que pode chegar a R$ 12 bilhões, que será garantido pelo Tesouro.
“Fizemos uma negociação com o ‘pool’ de bancos que estariam dispostos a entrar no financiamento dentro das regras preestabelecidas sem romper o teto”, declarou Haddad, ao conceder entrevista a jornalistas na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
A equipe econômica analisa o plano de reestruturação da estatal. “A direção do Correios já enviou o plano de reestruturação. Nós estamos ultimando a análise do Tesouro para verificar a consistência do projeto e encaminhar”, comentou Haddad.
Em dificuldade de fechar o caixa, os Correios esperam que o empréstimo seja aprovado ainda nesta semana. Conforme a Fazenda, o empréstimo só deve ocorrer se não superar os 120% do CDI, limite máximo fixado pelo Tesouro Nacional.
“A taxa já está negociada pela Fazenda, a taxa máxima já está negociada com a Fazenda. E aí, com isso, o aporte vai ficar dentro dos parâmetros que nós consideramos razoáveis”, disse Haddad, que avalia que a operação de empréstimo pode ser autorizada até esta sexta-feira. “É pouco tempo, mas estamos trabalhando há algumas semanas nisso”.
Anteriormente, os Correios buscavam um empréstimo de R$ 20 bilhões com instituições financeiras. A direção da estatal chegou a anunciar que iria suspender as negociações, porque os bancos estavam cobrando taxas de juros próximas de 136% do CDI – uma extorsão que duraria por 15 anos – podendo agravar ainda mais a situação financeira da empresa.
Em troca do empréstimo, a pasta cobra que a empresa execute um plano de recuperação “robusto”, que pelo que se tem noticiado nas últimas semanas inclui o desligamento de 15 mil funcionários via plano de demissão voluntária (PDV) até 2027, além dos fechamentos de 1 mil unidades.
O plano de reestruturação da estatal, já aprovado pelo conselho de administração da estatal, também abriu “a possibilidade de operações de fusões, aquisições e outras reorganizações societárias para fortalecer a competitividade da estatal no médio e longo prazo”, diz a gestão dos Correios, em seu comunicado.











