O candidato do PT, Fernando Haddad, disse na terça-feira (18) que não dará indulto a Lula se for eleito presidente da República. Lula foi condenado em 2ª instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e está cumprindo a pena de 12 anos e 1 mês de prisão em Curitiba, desde 7 de abril.
Ao participar da série de entrevistas do portal G1 e da rádio CBN com os presidenciáveis, o petista inicialmente tentou se esquivar da pergunta, remetendo o tema a Lula, que, segundo ele, teria o desejo de provar inocência da acusação de receber propina disfarçada na forma de um apartamento triplex no Guarujá (SP) e reformas.
“Lula é o primeiro a dizer que não quer favor, quer reconhecimento do erro do Judiciário”, alegou. Questionado então, se isso significava que ele não daria o indulto, Haddad tentou novamente evitar uma resposta e afirmou que “isso não está em pauta”.
Os jornalistas insistiram na questão, citando declaração do governador de Minas, o também petista Fernando Pimentel, que falou no último sábado (15) sobre “a certeza” de que Haddad irá assinar o indulto, no primeiro dia de mandato, se for eleito.
Foi então que, pela primeira vez, Haddad negou: “Não. Não. A resposta é não”. Um jornalista indagou: “Não ao quê?”. “Não ao indulto”, disse.
A questão do indulto se tornou espinhosa na campanha petista, apesar de ser defendida por pessoas próximas a Lula. O partido teme perder votos se assumir tal bandeira. Por isso, tentam afastar o tema da campanha. De acordo com o Datafolha, em abril, 54% dos eleitores avaliavam a prisão de Lula como justa, contra 40% que a criticavam.
Indulto é um ato de perdão pelo poder público, que geralmente não é aplicado de maneira individual. É uma forma de redução ou extinção do cumprimento de uma condenação, concedido em datas específicas desde que os sentenciados se enquadrem nos requisitos legais. O indulto apenas extingue a punibilidade, persistindo os efeitos do crime.
Uma resposta
Por falar nisso, essas pesquisas eleitorais andam meio estranhas. Haddad deu um salto de sei lá quantos pontos percentuais em apenas um mês. Outra coisa é o fato de o Capitão da reserva e Ciro Gomes constarem como tecnicamente empatados em um eventual segundo turno entre os dois, sendo que a besta-fera possui um índice de rejeição bem maior que o pedetista.