Em entrevista na segunda-feira (08/10), o governador do Ceará, reeleito no primeiro turno das eleições, Camilo Santana (PT), afirmou que Fernando Haddad deve deixar de colar sua imagem à do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Haddad agora tem de se apresentar como ele. Corrigir os erros, superar”. Disse Camilo. E enfatizou:
“Acho que tem de se apresentar como ele. Ele, Haddad. Tem que estar acima do PT. Não retroceder, mas corrigir distorções, erros e superar. Dar essa sinalização.”
Para Camilo, o PT “cometeu erros quando se afastou das bases sociais, quando fez alianças com alguns segmentos partidários para garantir a governabilidade. Então, acho que precisa rever um pouco isso. Rever e reconhecer que teve equívocos, erros, que algumas pessoas do partido se desviaram da sua conduta e sinalizar que é preciso construir um novo momento. Porque na população, há uma imagem muito forte de corrupção”.
O governador do Ceará concedeu a entrevista ao site UOL.
Em São Paulo, Fernando Haddad, em pronunciamento no Hotel Pestana, disse que deseja “unir os democratas do Brasil”.
Haddad disse que conversara com Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL).
Na manhã de segunda-feira, Haddad visitou Lula, em sua prisão, na Polícia Federal (PF), em Curitiba.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, declarou, no mesmo dia, que a decisão de seu partido sobre o segundo turno será tomada por sua Executiva Nacional na quarta-feira. Lupi manifestou-se a favor de “apoio crítico” à candidatura de Haddad.
O líder do partido na Câmara, André Figueiredo (PDT-CE), considerou que “não há outro caminho para o PDT se não o apoio ao PT, mas tem que ser um apoio com várias condicionantes. Não dá para tolerar o que o PT fez com a gente e com o país. Meu problema não é com o Haddad, que é uma boa pessoa, mas o PT criou uma rejeição enorme. A gente é do mesmo campo e está com desgosto, imagina o resto. Vou votar no Haddad por princípio, porque não voto branco e considero inconcebível votar em Bolsonaro”.
Na entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, também na segunda-feira, Haddad disse que “reviu” sua proposta anterior, de convocar uma nova Constituinte. As mudanças que pretende fazer, disse, podem ser realizadas por emendas constitucionais.