Hamas aceita cessar-fogo e Netanyahu responde com matança de 100 civis em Gaza

Moradores de Gaza descreveram como se "os portões do inferno" tivessem sido abertos por Netanyahu nas últimas horas (Reprodução)

Primeiro-ministro israelense não admite diálogo ou negociação que leve à criação do Estado palestino, como se manifestaram majoritariamente a população local, as nações árabes e os países ocidentais

Bastou o Movimento de Resistência Islâmica Hamas anunciar na sexta-feira (3) que aceitaria o acordo com Israel – incluindo o governo de “consenso palestino” e a troca de reféns por prisioneiros, bem como Trump dar o seu aval ao cessar-fogo – para que Benjamin Netanyahu respondesse disparando bombas e mísseis sobre civis palestinos, espalhando mais mortes e destruição.

Desde a madrugada de sexta (3) até as primeiras horas deste sábado (4) foram dizimados cerca de 100 civis, em sua maioria mulheres, crianças e idosos. 43 destas vítimas morreram na zona norte de Gaza, 10 na zona central e 36 ao sul. O número de feridos – e a gravidade tem alterado o quadro -, assim como o de mutilados, tornando ainda imprecisa a quantidade de vítimas. Entre os assassinados encontravam-se pessoas que aguardavam ajuda.

Apesar da postura de Israel, o Hamas reiterou estar preparado para libertar todos os 48 reféns – somente 20 estariam vivos – como parte dos esforços para alcançar a criação do Estado palestino e para a saída das tropas israelenses do enclave.

Pressionado pela oposição interna, Trump propôs que o governo do primeiro-ministro de Israel interrompesse imediatamente os ataques a fim de possibilitar a libertação dos reféns. Netanyahu disse ter ficado “chocado” com a proposta e decidiu colocar o pé no acelerador e o dedo no gatilho. Apesar da sinalização dos EUA, Israel se manteve intransigente.

Conforme relataram sobreviventes próximos às cenas do banho de sangue, foi como se “os portões do inferno” tivessem sido abertos por Netanyahu nas últimas horas. Os relatos se multiplicam com o “plano de paz” transformado em cinzas por drones que atingiram uma tenda em al-Mawasi, no Sul de Gaza, e matando duas crianças, disse a Al Jazeera.

De acordo com a Defesa Civil, dezenas de ataques aéreos despejados pelo Exército de Israel transformaram em pó uma enorme quantidade de residências e pessoas em Gaza, onde já foram aniquiladas mais de 97% dos animais.

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