O presidente do Líbano, Michel Aoun, declarou na segunda-feira que teve conversa telefônica com o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, que está em Paris a convite do governo francês. Segundo Aoun, o premiê deve voltar a tempo de assistir às solenidades alusivas à Independência do Líbano, dia 22.
Hariri viajou repentinamente para a Arábia Saudita no início do mês e, de lá, anunciou (dia 4) que renunciava ao cargo. Depois disso, ficou sem dar notícias durante 10 dias até aparecer pálido e com voz embargada, em entrevista desde Riad, à âncora de sua TV Futuro no Líbano.
O presidente libanês denunciou que Hariri estava preso e que o país não aceitava a sua renúncia proferida de um país estrangeiro.
Demandas de lideranças libanesas, assim como de outros países, a exemplo da França e da Rússia, surtiram efeito e Hariri foi liberado para atender a convite do governo francês e viajar a Paris.
Há muitas razões para suspeitas de que, com seus terroristas derrotados na Síria, a Arábia Saudita esteja tentando gerar nova crise na região, através da promoção de caos no aliado da Síria, o Líbano.
Por instância saudita, a Liga Árabe aprovou que o Hezbollah é “organização terrorista”. O general, Joseph Aoun, chefe do Estado Maior das Forças Armadas libanesas afirmou que a declaração é injusta, pois, sem os guerrilheiros do Hezbollah, Israel ainda estaria ocupando o sul do país. O general colocou as forças libanesas em “alerta total” para enfrentar “ameaças de violações por parte do inimigo israelense”.
O presidente recebeu o chefe da Liga Arábe em Beirute e foi muito claro: “Israel ainda tem como alvo o nosso país e é direito dos libaneses resistir e desestruturar seus planos por todos os meios a sua disposição”.
“Dessa forma”, acrescentou Aoun, “o Líbano teve que tratar de ataques de 1978 a 2006 e teve sucesso ao liberar seu terrritório”.
Segundo o jornal do Kwait, Al Rai, o dirigente do Hezbollah, Hassan Nasrallah, também alertou todos os integrantes do partido e guerrilheiros a se colocarem em alerta máximo pois – entre outros riscos – há o de operações com bandeira trocada, assassinatos para colocarem a culpa na organização. A mobilização aumentou depois de mais uma ingerência saudita. O ministro do exterior do reinado, Adel al-Jubeir chamou o Líbano a desarmar o Hezbollah e a retirá-lo do governo (do qual faz parte como acordo de integração do Bloco Patriótico).
Nasrallah acrescentou que os ataques ao Hezbollah partem de governos árabes que querem se juntar a Israel e à dominação norte-americana na região.