Nesta quinta-feira (14), o governo Lula inaugurou uma fábrica de medicamentos hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), no parque fabril de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Trazer a Hemobrás para cá foi uma decisão política, como tantas outras que tomamos para garantir que o Nordeste tenha as mesmas oportunidades que qualquer outra região. Hoje, a Hemobrás é a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, símbolo da nossa soberania e da capacidade do povo brasileiro”, afirmou o presidente Lula.
A criação da unidade representa um passo importante para a autossuficiência na produção de medicamentos derivados do sangue, essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Um país soberano precisa cuidar da educação, garantir alimento e assegurar saúde para todos. A Hemobrás veio para ficar e para mostrar que o Brasil não depende de ninguém para produzir o que é essencial à vida”, completou.
A nova planta fabril da Hemobrás é fruto de um investimento de R$ 1,9 bilhão e vai produzir medicamentos a partir do plasma humano, um dos componentes do sangue coletado nas doações voluntárias realizadas em todo o País. Inicialmente, a Hemobrás continuará abastecendo o SUS com a Albumina, a Imunoglobulina e os fatores de coagulação VIII e IX.
De acordo com o governo, com a nova fábrica, a empresa assume, paulatinamente, a produção 100% nacional e também terá condições de incorporar os medicamentos Fator de von Willebrand e Complexo Protrombínico.
“Hoje celebramos o S da saúde, do SUS, da segurança e da soberania. A Hemobrás mostra a força e o potencial do Nordeste brasileiro, garantindo medicamentos essenciais para salvar vidas. A Hemobrás é a realização de um sonho que coroa a construção do Sistema Único de Saúde, que este ano completa 35 anos”, comemorou o ministro Alexandre Padilha.
Os medicamentos que serão produzidos já são entregues desde 2012, juntamente com o Fator de Coagulação VIII recombinante (produzido por biotecnologia, sem a necessidade do plasma), a partir dos contratos de transferência de tecnologia firmados pela Hemobrás. Em 2024, a empresa bateu o recorde no abastecimento dos produtos ao SUS, com 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de Unidades Internacionais (UIs) de recombinantes entregues.
A presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes, destacou que “os hemoderivados são medicamentos essenciais e que são usados em diversos tratamentos, como o atendimento a queimados graves, pacientes de UTIs, cirurgias de grande porte, em condições como a hemofilia A e B e em doenças raras como a Síndrome de Guillain-Barré, púrpura e lúpus, entre outras. São medicamentos de alto custo, que a população brasileira tem acesso gratuito através do SUS, a partir de uma tecnologia de produção que poucos países no mundo dominam e que está a serviço do Brasil, promovendo a soberania do nosso país nesse setor estratégico que é a Saúde”.
Agora a fábrica precisa passar por todos os procedimentos de adequação e certificação para iniciar a produção, que deve iniciar em 2026. A expectativa é que já no próximo ano a empresa comece a fracionar o plasma, processo onde são obtidas as proteínas que servem de matéria-prima e que, após serem refinadas, se transformam nos medicamentos. A previsão é de que em quatro anos a empresa atinja a capacidade de 500 mil litros/ano de plasma fracionado e produza seis medicamentos.
