Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, a ex-secretária de Estado, ex-candidata que perdeu para Trump e a ainda artilheira do time de arrecadadores da Clinton Foundation, Hillary, aconselhou os europeus a combaterem a xenofobia, perseguindo os imigrantes.
“Penso que é justo dizer que a Europa fez a sua parte e tem de enviar uma mensagem muito clara – ‘não vamos conseguir continuar fornecendo refúgio e apoio’ – porque, se não lidarmos com a questão da migração, ela continuará a perturbar o corpo político.”
Em suma, aplicar a xenofobia, para combater a xenofobia, na cínica e covarde avaliação de Hillary.
Que finge não saber que foi o estelionato eleitoral de Obama, com sua recuperação pró-bancos e arrocho sobre a imensa maioria de americanos no pós-bailout, o que abriu caminho para o desencanto e a ascensão de Trump.
E claro, a fama dela de desonesta e de favorita de Wall Street – e nem se falou da destruição da Líbia, que ela desencadeou, mais a imposição à Síria de uma ‘guerra de terroristas teleguiados’ – que foi o que empurrou 1 milhão de refugiados para as fronteiras europeias.
Na síntese do jornal, “Europa e centro-esquerda em toda parte precisam de uma abordagem mais dura para o fenômeno que alimentou Trump e Brexit, diz Clinton”;
“O uso de imigrantes como um dispositivo político e como um símbolo do governo errado, de ataques a uma herança, a identidade de alguém, a própria unidade nacional tem sido muito explorada pelo atual governo aqui [Trump]”, disse ela.
Ela também asseverou que o Brexit, que descreveu como o “maior ato de auto-agressão econômica nacional na história moderna”, foi em grande parte “sobre a imigração”.
Conclusão idêntica – engrossar a xenofobia – foi apresentada pelo criminoso de guerra e neoliberal Tony Blair. “Hoje na Europa você não pode concorrer às eleições, a menos que tenha uma posição forte sobre imigração, porque as pessoas estão preocupadas com isso”, disse Blair. “Se você não responder, então… você deixa um grande espaço no qual os populistas podem marchar”.
E como se o austericidio à escala europeia para salvar bancos alemães e franceses, e fundos americanos, corte de direitos e das soberanias, não haja sido o fator decisivo para empurrar tantos europeus ao desespero e ao preconceito.