
Ele foi identificado como Eduardo Jesus Rodrigues. Foi preso após tentar entrar na sede da Corte portando faca de açougue. E ainda querem dar anistia a malucos como esse
O episódio ocorreu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no mesmo dia — 11 de setembro — em que a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) consumou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos e 3 meses de prisão, por liderar a trama golpista, que culminou com o 8 de janeiro.
A tentativa de ataque só agora veio a público, divulgada pela coluna Radar, da revista Veja.
Segundo agentes de segurança da Corte, Rodrigues se aproximou de uma das entradas do STF, na área onde fica a Estátua da Justiça, exigindo ser levado a um ministro do tribunal.
Ao forçar a situação, foi detido, e na revista a polícia encontrou a faca escondida. Ele teria dito que pretendia “apresentar” a arma a um dos magistrados.
ESCALADA DE AMEAÇAS AO STF
Embora o caso não tenha deixado feridos, ilustra bem o contexto de crescente hostilidade contra o Supremo.
A condenação de Bolsonaro desencadeou, nas últimas semanas, onda inédita de ataques virtuais, mensagens de ódio e ameaças aos ministros. Gabinetes foram inundados por e-mails intimidatórios e as redes digitais registraram enxurrada de postagens com discurso extremista.
Diante da gravidade da situação, a PF (Polícia Federal) abriu novos inquéritos para investigar os casos mais sérios. Há 1 ano, reportagem da Veja já havia mostrado que o STF vinha reforçando a segurança da instituição e solicitado apoio permanente da PF.
Desde então, o número de ocorrências e investigações só aumentaram.
DESAFIO PARA A NOVA PRESIDÊNCIA DO STF
O episódio reforça a avaliação interna de que um dos principais desafios do ministro Edson Fachin, que assume a Presidência do STF na próxima segunda-feira (29), vai ser “tirar a Corte da mira de malucos”, como definiu um integrante do tribunal.
Nos bastidores, ministros reconhecem que a proteção institucional e pessoal do Supremo precisa ser fortalecida.
A Corte tornou-se um dos principais alvos da extrema-direita e de setores inconformados com decisões que atingem líderes políticos e grupos envolvidos nos atos antidemocráticos e golpistas de 8 de janeiro.