“O povo hondurenho exige que o atual presidente e candidato à reeleição Juan Orlando Hernández (JOH) renuncie imediatamente. Este é o chamado: que se vá desde já”, afirmou a dirigente social Berta Zúñiga Cáceres, filha de Berta Cáceres, coordenadora do Conselho Popular e de Organizações Indígenas de Honduras, assassinada em março de 2016.
Conforme a jovem ativista, este é um governo inteiramente submisso ao estrangeiro, “que vem impondo a corrupção, o assalto ao Estado e aos territórios”, comprometendo o conjunto das estruturas do país. Mas nosso povo, sublinhou, “não está deixando que a fraude passe despercebida”, pois “os movimentos sociais se converteram em oposição ao regime ditatorial”, reiterando a vitória de Salvador Nasralla, candidato da oposição apoiado pelo ex-presidente Manuel Zelaya.
Devido ao fato do governo investir na corrupção aberta, assinalou, “não existe nenhuma confiança na atual ‘recontagem’ feita pelo Tribunal Superior Eleitoral para dar um veredito final sobre as recentes eleições”. O fato, advertiu, “é que se aponta, fraudulentamente, para a reeleição de JOH”.
“Estes foram dias de muita tensão e sublevação popular, em que Hernández e seu governo foram muito questionados, não somente pelo período em que esteve na presidência, mas também quando presidiu o Congresso durante o governo anterior, dando continuidade ao golpe contra Zelaya. Tem havido muita tensão em torno a este processo, primeiro porque as eleições anteriores já haviam sido impugnadas e, nestas eleições, se repete a fraude que todo mundo denuncia”, acrescentou.
A jovem lembrou que após espraiar “um clima de medo muito grande, traduzido em repressão aberta”, o governo se isolou, com o povo ganhando o apoio até mesmo do grupo “Cobra”, das forças especiais da polícia. “A população ficou muito emocionada de escutar a voz da polícia, que não quer mais reprimir o povo, policiais que estão inconformados com o tratamento recebido pelos funcionários públicos e que têm os mesmos problemas enfrentados por todos”, concluiu.