Uma greve geral paralisa Honduras desde o último sábado em repúdio à continuidade do desgoverno neoliberal de Juan Juan Orlando Hernández (JOH) e em apoio à posse de Salvador Nasralla, resultado do pleito presidencial de 26 de novembro.
Mesmo enfrentando forte repressão policial, que já redundou em inúmeros presos e mortos, lideranças e simpatizantes da Aliança de Oposição contra a Ditadura reiteraram que o movimento grevista será mantido até o próximo dia 27, conforme anunciado.
Durante as mobilizações desta semana na capital, Tegucigalpa, o ex-presidente Manuel Zelaya voltou a ser alvo de militares e policiais, que tentaram dispersar os manifestantes e o agrediram com bombas de gás lacrimogêneo. “Somos maioria. Eles têm gás, mas nos mantemos firmes, em pé de luta”, sublinhou Zelaya, frisando que luta para que a decisão democrática do povo hondurenho prevaleça sobre a fraude eleitoral e os interesses dos EUA e do grande capital. Para o ex-presidente, que já havia sido agredido em outro ato no dia 12 de janeiro, “é uma barbaridade que não respeitem o direito ao protesto”.
Segundo Salvador Nasralla, se é verdade que a Organização dos Estados Americanos anunciou que decidiu trabalhar com um governo que é fruto de uma fraude, “a OEA perdeu todo pudor”. “O problema da OEA é que 70% do orçamento com o qual trabalham e pagam os seus funcionários vem do governo dos Estados Unidos. Então, se o governo dos EUA reconheceu a fraude, eles como empregados têm que se dobrar, porque senão correm o risco de já ficarem sem o próximo salário”.