Lula destacou que “esta unidade não é só para ganhar a eleição. É para recuperar esse país”, afirmou. Ato oficializando a chapa ocorreu em São Paulo na manhã desta sexta-feira (8)
O PSB oficializou, na manhã desta sexta-feira (8), a indicação do nome do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como vice-presidente na chapa de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022. A reunião ocorreu em um hotel da zona sul de São Paulo. Uma carta, assinada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e endereçada a Lula e à presidente do PT, Gleisi Hoffman, oficializou a indicação.
Estavam presentes no encontro, além de Geraldo Alckmin e Lula, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, Paulo Câmara, governador de Pernambuco, o senador do PT, Paulo Rocha, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, João Campos (PSB), prefeito de Recife, Márcio França (PSB), ex-governador de São Paulo, Danilo Cabral, pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, os deputados Alessandro Molon, Paulo Teixeira e José Guimarães. Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perdeu Abramo, e Jilmar Tatto, ambos do PT, também participaram.
Em seu discurso, Geraldo Alckmin pregou “esperança, entusiasmo e amor”. Ele chamou a atenção para a gravidade do momento e destacou que a situação exige grandeza política. “Aqui foi bem explicitado o momento grave que nós estamos vivendo, na realidade não é hora de terrorismo, é hora de generosidade, grandeza politica, desprendimento e união. Política não é uma área de solitária, a força da política é centrípeta, nós vamos somar esforços aí pra reconstrução do nosso país”, disse o ex-governador.
Alckmin se filiou em 23 de março ao PSB. No primeiro discurso após a filiação, o ex-governador de São Paulo defendeu o apoio do partido à candidatura de Lula e disse que o petista é, hoje, “aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro”. A última vez que Lula e Alckmin estiveram juntos num evento público foi no final de 2021, em jantar organizado por grupo de advogados em São Paulo.
Em seguida à manifestação de Alckmin, Lula reforçou a importância da união e disse que a reconstrução do país será uma tarefa árdua. Ele destacou o papel do PSB na elaboração de um programa de reconstrução nacional. “Importante saber que essa chapa, se ela for formalizada, não é só para disputar as eleições. Talvez ganhar as eleições seja mais fácil do que a tarefa de que teremos pela frente de recuperar esse país”, afirmou o pré-candidato da federação de partidos coligados ao PSB e PSOL.
Lula se dirigiu à militância do PSB e reafirmou a importância da unidade num momento como este que o Brasil atravessa. “Nossa relação é histórica, e nós conseguimos demonstrar às forças políticas do Brasil que é plenamente possível duas forças que têm projetos diferentes, que têm princípios iguais, podem se juntar no momento em que o interesse é do povo brasileiro. Fica minha gratidão ao PSB”, afirmou Lula.
“Vamos conversar com toda a sociedade brasileira, com grandes, médios e pequenos empresários e vamos conversar muito com o povo trabalhador. Vamos tratar com o mesmo respeito o catador de papel e o empresário. Vamos tratar com o mesmo respeito o trabalhador sem-terra e um grande fazendeiro. Queremos governar esse Brasil para todos, e nosso coração estará voltado para as pessoas que mais necessitam”, prosseguiu o presidenciável.
Lula falou da necessidade de esclarecer a sociedade. “Isso significa a gente tentar esclarecer a opinião pública de uma coisa que muita gente não percebia e agora está percebendo. Feliz era este Brasil quando a polarização se dava entre PSDB e PT, entre Lula e Serra, Alckmin, entre Suplicy e Fernando Henrique Cardoso, entre Dilma e Serra”, observou. “Era uma política civilizada. Essa chapa [Lula-Alckmin], se for formalizada, não é só para ganhar as eleições”, acrescentou Lula.
‘Daqui para frente eu te chamo de companheiro Alckmin e você me chama de companheiro Lula’, disse o ex-presidente ao novo aliado. A pré-candidatura de Lula será lançada oficialmente em 30 de abril, no Anhembi, em São Paulo. Na ocasião, será apresentada a frente de partidos que apoiará o petista, composta pela federação formada por PT, PCdoB e PV, a federação que reúne PSOL e Rede, em coligação com PSB e o Solidariedade.