
Os dois últimos hospitais especializados da cidade sob ataque, um oftalmológico e outro infantil, fecham as portas
O Hospital Infantil Al Rantisi e o Hospital Oftalmológico St. John, os dois únicos hospitais na Faixa de Gaza que ainda forneciam atendimento especializado, foram forçados a interromper suas operações devido à intensificação dos ataques israelenses por terra, mar e ar que deixaram pelo menos 61 mortos e 220 feridos nesta segunda-feira (22).
As autoridades de Saúde de Gaza reiteram que “a ocupação está atacando deliberada e sistematicamente o sistema de saúde na Faixa de Gaza como parte de sua política genocida”.
“Todas as instalações médicas carecem de rotas seguras para pacientes e feridos”, denunciaram as autoridades, destacando as extremas dificuldades que as pessoas lesionadas enfrentam para chegar ao hospital de campanha Al Quds devido aos ataques que não param.
Com o início do Ano Novo judaico, o exército genocida israelense resolveu intensificar os bombardeios na Cidade de Gaza, e anunciou o recrudescimento de mobilização “em todas as frentes”, onde “dezenas de companhias militares foram mobilizadas para realizar missões”, disse o porta-voz militar para a língua Avichai Adrai.
Fontes médicas na Faixa de Gaza anunciaram nesta terça-feira (23) que o número de mortos pela agressão da ocupação aumentou para 65.382 pessoas e 166.985 feridos desde 7 de outubro de 2023.
Já o chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), Philippe Lazzarini, fortaleceu a denúncia, alertando que o gesto de reconhecimento do Estado da Palestina será inútil sem um cessar-fogo completo em Gaza e outras medidas de reconstrução.
DEZENAS DE PAÍSES EXIGEM ABERTURA DE CORREDOR MÉDICO
Acompanhando uma declaração conjunta que partiu do Canadá na segunda-feira (22), dezenas de países ocidentais exigiram a Israel que reabra o corredor médico entre Gaza e a Cisjordânia ocupada, oferecendo ajuda financeira, pessoal médico e equipamentos para tratar pacientes de Gaza na região palestina do banco ocidental do rio Jordão.
“Instamos veementemente Israel a reabrir o corredor médico para a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, para que os feridos em Gaza possam retomar o tratamento e os pacientes possam ter acesso aos cuidados urgentes de que necessitam”. A carta tem 25, incluindo Áustria, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Itália, União Europeia e Polônia, países que, em muitos momentos, são fiéis aliados dos EUA.
“Também instamos Israel a suspender as restrições à entrega de medicamentos e equipamentos médicos a Gaza”, exigiram Agências humanitárias relatando que a ajuda essencial, incluindo medicamentos, tem sido escassa para os moradores de Gaza desde maio, enquanto a Organização Mundial da Saúde declarou que o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso. Israel controla todas as entradas de Gaza.