O governo dos EUA tem uma atitude de perdedor. Quer difamar a Huawei porque não pode competir conosco. Os EUA abandonaram todas as maneiras à mesa”, disse Guo Ping, segundo o Financial Times. Com a venda de 200 milhões de telefones no ano passado e alta de lucro líquido de 25% em relação a 2017, a Huawei tornou-se a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo.
A gigante chinesa já havia superado a Apple em número de aparelhos comercializados no segundo semestre do ano passado e os relatórios apresentados pela companhia apontam nada menos do que US$ 100 bilhões em vendas globais em 2018. O presidente Guo Ping não poupou críticas aos Estados Unidos por acusar, sem provas, a empresa por espionagem e outras alegadas ilegalidades.
A Huawei está a caminho de se tornar a maior vendedora de smartphones do mundo até 2020, possivelmente superando a Samsung. A empresa chinesa aposta em um forte crescimento em regiões como Europa, Oriente Médio e África.
Tanto os Estados Unidos quanto a Austrália proibiram a Huawei de concorrer a contratos de infraestrutura de rede 5G, a próxima geração de internet móvel. O pretexto usado pelo governo dos EUA para tentar banir a Huawei seria a suposta brecha em seus dispositivos para coletar informações e entregar ao governo chinês. Guo Ping diz que fazer isso seria “suicídio para os negócios” e comprometeria a reputação não somente da marca como do país.
“Temos mais de 90 mil acionistas-funcionários. Quaisquer ações ruins prejudicariam esse acionistas e iriam contra os interesses da administração da empresa. A Huawei nunca faria isso. Nós nunca iríamos contra nossos princípios básicos de negócios”, assegurou Guo, à Bloomberg, em entrevista publicada no YouTube hoje (29) pela manhã.
ESPIONAGEM VIA NSA
Guo Ping falou sobre “quem espiona quem” no Mobile World Congress (MWC) 2019, na Espanha, fazendo menções à Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana. De forma irônica ele sugeriu aos repórteres para “falar com Edward Snowden” sobre os assuntos espionagem massiva e confiabilidade.
Guo prosseguiu: “a ironia é que a lei americana US Cloud Act permite que suas entidades governamentais acessem dados além de suas fronteiras” e apontou que as empresas de tecnologia americanas estão alinhadas com os interesses de segurança de seu próprio governo. “Assim, quanto mais equipamentos da Huawei estiverem instalados nas redes de telecomunicações do mundo, mais difícil será para a NSA coletar tudo” mundo afora.
Fontes:
Tecmundo – Claudio Yuge; Gizmodo – Matt Novak: Bloomberg e Financial Times