“Hoje, nós nicaraguenses sofremos da atuação impune de civis ilegais armados e encapuzados, parapoliciais que disparam à mão cheia e exercem controles somente permitidos por lei a autoridades policiais ou militares”, denuncia Humberto Ortega, em carta a seu irmão, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega.
“Toda essa situação impôs um aterrorizante Estado de Sítio não oficial no país”, acrescenta Humberto, destacado combatente sandinista, ao pedir o desarme desta praga que já ceifou mais de 300 vidas no país: “Que o presidente Daniel Ortega providencie de imediato que se disponha de todo o poder de ordem do Estado e governo para que sejam desativadas as forças parapoliciais”.
Humberto se refere à profunda crise que infelicita os nicaraguenses e pede a convocação de elições antecipadas: “Todos nós, nicaraguenses, queremos a solução pacífica para a trágica crise que sofremos e o presidente Daniel Ortega, ao adiantar constitucionalmente as eleições presidenciais para o ano que entra, dirá sim à paz e então nossa pátria será estimulada e por certo surpreenderá o mundo recuperando-se aceleradamente”.
“Honremos aos caídos de ontem e de hoje, sejamos solidários com seus sofridos familiares, com nosso povo e seus jovens estudantes que reclamam a paz com plena liberdade com o mesmo fervor do jovem estudante sandinista Camilo Ortega Saavedra que deu sua vida defendendo o heróico povo de Masaya e Monumbó”, conclui o irmão de Daniel Ortega, que firma General Humberto Ortega de Saavedra.