
Milhares de pessoas foram às ruas de Budapeste, capital da Hungria, no sábado (5), contra a ‘flexibilização’ da legislação trabalhista aprovada no inicio do mês passado, que permite aos empresários aumentar em 60% as horas extras dos trabalhadores. A batizada pelo povo como “Lei da Escravidão” levará os húngaros a ter que trabalhar até 400 horas extras anuais. Além disso, os empregadores poderão pagar as horas extras em até 3 anos depois de trabalhadas.
Para sua aprovação, a lei não contou com apoio total do direitista União Cívica Húngara (Fidesz), com dois terços da bancada favorável à escorcha bancada pelo primeiro- ministro, Viktor Orbán.
Com o objetivo de barrar a capacidade de reação dos trabalhadores, a lei impõe ainda o corte do poder de negociação dos sindicatos, liberando os patrões a fugirem das negociações coletivas em troca de acordos localizados.
A oposição contesta também a anulação de uma recente reforma de Justiça, que busca reduzir a independência dos magistrados. Pedem ainda mais liberdade para os veículos de comunicação públicos.
O protesto de sábado foi o quinto dos atos chamados por partidos de oposição, grupos de estudantes e sindicatos que se levantam contra o ataque a direitos dos trabalhadores do governo de Orbán.
“Queremos uma verdadeira mudança de regime, não estamos só contra o governo, mas contra o conjunto desse sistema”, afirmou o representante do partido liberal DK (oposição), Csaba Molnár.