Devido ao descontrole da pandemia da Covid-19 no país, a montadora multinacional sul-coreana Hyundai decidiu suspender a sua produção de veículos em Piracicaba (SP) na segunda-feira (29), e o retorno está programado para 4 de abril.
“Seguindo as determinações da Prefeitura de Piracicaba para a diminuição da circulação de pessoas e em conformidade com o compromisso da Hyundai Motor Brasil para com a saúde e o bem-estar da comunidade em que atua, de seus funcionários e familiares, não haverá atividades de produção de veículos na fábrica de Piracicaba de 29 de março a 4 de abril. A Hyundai reconhece os esforços do Governo Municipal e apoia as medidas locais anunciadas contra a Covid-19 e em favor da proteção das pessoas”, diz o comunicado da Hyundai.
Na sexta-feira (26) a Honda também comunicou a paralisação de suas atividades. As fábricas da Honda, em Itirapina e Sumaré, no interior paulista, terão as suas atividades interrompidas a partir desta terça-feira (30), com retorno previsto para o dia 12 de abril. A empresa já havia paralisado as atividades em Sumaré por falta de peças e componentes em fevereiro e na primeira quinzena de março.
“Diante do agravamento da pandemia da covid-19 em diversas regiões do país, com o objetivo de contribuir com as medidas para redução da circulação de pessoas e, considerando os impactos dessa situação em toda a cadeia produtiva, a Honda Automóveis do Brasil informa a parada temporária de suas linhas de produção de automóveis, nas unidades fabris de Sumaré e Itirapina, de 30 de março a 9 de abril. A retomada está prevista para 12 de abril“, diz a montadora japonesa.
Além da Hyundai e da Honda, outras oito montadoras, Volkswagen, Mercedes-Benz, General Motors, Toyota, Nissan, Honda, Volvo, Scania e VWCO Caminhões e Ônibus, decidiram paralisar suas produções no Brasil diante dos recordes de casos de Covid-19 e de mortes pela doença no país que ultrapassou 314 mil na segunda-feira.
A paralisação das atividades em dez montadoras de peso é mais uma resultante da trágica condução do governo Bolsonaro na pandemia e na economia que agravará, ainda mais, o quadro dramático do desemprego no país. As paralisações estão sendo acordadas como os sindicatos dos metalúrgicos de forma que garantam os empregos e salários da categoria.
Segundo a edição 2021 da pesquisa Cenários para a Indústria Automobilística Brasileira, realizada no Brasil há oitos anos pela consultoria alemã Roland Berger em parceria com o portal Automotive Business, 86% dos executivos, entre presidentes e diretores de vários segmentos da cadeia, incluindo fabricantes de veículos leves e pesados, fabricantes de autopeças e concessionárias, declararam que o governo federal precisa acelerar o processo de vacinação para garantir a retomada do setor automotivo.
Além do agravamento da crise sanitária, o setor enfrenta a quebra no fornecimento de insumos que tem levado a redução da produção no Brasil e no mundo, pela falta de componentes, em especial semicondutores, apontam os executivos.
A Toyota, General Motors e a Renault também interromperam suas produções na segunda-feira (29). A japonesa suspendeu suas atividades em São Bernardo do Campo, Sorocaba, Porto Feliz e Indaiatuba, em São Paulo. O retorno ao trabalho está programado para os dias 5 e 6 de abril. Em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, a produção da fábrica da General Motors ficará suspensa até 2 de abril. A Renault deve voltar com suas atividades em São José dos Pinhais, no Paraná, em 1º de abril.
Na última sexta, a Mercedes-Benz paralisou a produção de suas fábricas, em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG). O retorno das atividades deve acontecer em 5 de abril. Um dia antes (25), a fabricante japonesa Nissan também anunciou que iria dar férias coletivas a seus funcionários, entre 26 de março e 9 de abril, da fábrica em Resende, no Rio de Janeiro.
As atividades das unidades da Volkswagen de veículos leves no país foram suspensas no dia 24 de março até 4 de abril. A VWCO Caminhões e Ônibus interrompeu a sua produção em Resende (RJ) nesta segunda, devendo retornar em 4 de abril.
A empresa de veículos pesados Volvo decidiu por reduzir 70% da sua produção de caminhões na unidade de Curitiba, entre 23 e 31 deste mês. Já as atividades da Scania estão suspensas de 26 até 5 de abril.