Candidato a governador do Distrito Federal pelo MDB, Ibaneis Rocha é contra as reformas trabalhista e da Previdência e pretende valorizar os servidores públicos, dando nova vida aos serviços públicos. Apesar de serem do mesmo partido, Ibaneis não está apoiando a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República.
Ibaneis é advogado e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) de 2013 a 2015, atualmente é diretor do conselho federal da entidade. Filiou-se ao MDB em 2017.
Em entrevista exclusiva concedida ao HP, Ibaneis reforçou sua crítica à reforma trabalhista. Para ele, “é preciso olhar os dois lados [do trabalhador e do empresário] para perceber que muitos pontos dela não são bons para nenhum deles. Ela não diminuiu o desemprego”.
Segundo o candidato, “essa reforma trabalhista, que foi feita para tirar direitos trabalhistas históricos nesse país, veio para penalizar o trabalhador e já está vigorando aí há quase um ano e não aumentou o nível de emprego, aumentou o nível de desemprego e de desrespeito com o cidadão”.
“Do ponto de vista dos trabalhadores, a reforma retirou direitos, facilitou a informalidade. Essa informalidade, inclusive, é ruim também para o empresário, que, fiscalizado, tem dificuldades na concorrência com os setores informais”, completou.
Ibaneis Rocha deixou claro que é contrário à reforma da Previdência de Temer. “Eu tenho certeza que a culpa da Previdência não é dos trabalhadores, é da irresponsabilidade na gestão dos recursos da Previdência”, disse.
O candidato também expressou sua opinião em relação ao Fundo Eleitoral aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional. Para Ibaneis, “o Fundo foi aprovado para manter no poder os que já estão aí”, uma vez que distribui R$ 1,7 bilhão de acordo com a quantidade de deputados federais que cada partido tem. Na prática, saem favorecidos os “grandes” partidos, os que estão hoje no poder.
Ibaneis não utilizará dos recursos do Fundo. Sua campanha será financiada por R$ 5,6 milhões tirados de seu próprio bolso. “Já tirei o dinheiro e vou utilizar meu patrimônio. Não vou usar fundo partidário”, esclareceu
“É JUSTO REAJUSTAR SERVIDORES”
O emedebista tem se preocupado bastante com a qualidade dos serviços públicos que têm sido oferecidos no Distrito Federal. “O nosso projeto está assentado nas políticas públicas e na valorização do ser humano. Isso não aconteceu no atual governo [de Rodrigo Rollemberg], como não ocorreu nos últimos governos”.
Rollemberg, que tenta a reeleição, tem postergado o pagamento da terceira e última parcela do reajuste dos servidores públicos do Distrito Federal. Inclusive, o governo anunciou que só iria pagar no fim de 2019. Para Ibaneis, o caso é simples: “é justo, não tem porque não dar o reajuste aos servidores”.
Quanto à segurança pública, Ibaneis, que tem denunciado a fragilidade na qual se encontra o setor, pretende reabrir as delegacias que hoje estão fechadas e valorizar os policiais militares e civis, além de colocá-los em situação de isonomia salarial.
PRESIDENTE
É de se imaginar que, por ser o candidato à Presidência lançado pelo seu MDB, Ibaneis Rocha apoiaria Henrique Meirelles. Porém, a situação não é essa. Segundo Ibaneis, nenhum presidenciável pediu o seu apoio.
“Devem estar mais preocupados com os votos das grandes metrópoles. Aqui temos um pouco menos de dois milhões de eleitores”, afirmou o candidato.
PEDRO BIANCO