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Em dezembro de 2024 caiu 0,7%
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) registrou uma queda de 0,73% em dezembro de 2024, informou o BC nesta segunda-feira (17). No quarto trimestre de 2024, a atividade econômica ficou estagnada (0,0%) em relação ao trimestre anterior. Em outubro, o indicador já havia sinalizado uma retração de 0,34%, seguida por uma leve alta de 0,16% em novembro.
Apesar desta queda – o maior recuo mensal desde maio do mesmo ano – o indicador, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), aponta que, ao longo de 2024, a economia acumulou um crescimento de 3,8% em comparação com o ano anterior (2,7%).
O Produto Interno Bruto será divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 7 de março.
Outro indicador de prévia do PIB, o Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que o PIB brasileiro cresceu 3,5% em 2024 em relação a 2023. O indicador também aponta que a atividade econômica brasileira perdeu ritmo no último trimestre de 2024, com crescimento de 0,4% em comparação ao terceiro trimestre. Em dezembro, o PIB variou em alta de 0,3%, frente a novembro.
“Trata-se de uma desaceleração, tendo em vista os fortes crescimentos registrados no 2º e 3º trimestres (1,4% e 0,8%, respectivamente)”, afirma a economista da FGV, Juliana Trece, ao ressaltar que os juros altos devem dificultar a manutenção do ritmo de crescimento da economia neste ano.
“Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econômica, atingem principalmente os investimentos”, afirma a coordenadora do Monitor do PIB.
O arrefecimento da economia no final de 2024 está ligado a cortes nos investimentos e à manutenção dos juros elevados, agravado pelo novo ciclo de aumento da taxa Selic pelo Banco Central, iniciado em setembro daquele ano. Após quatro aumentos consecutivos, a taxa subiu de 10,5% para 13,25% em janeiro deste ano. O arrocho monetário elevou o Brasil a campeão mundial de juro real, impactando os investimentos e a geração de novos empregos, elevando a inadimplência das empresas e gerando demissões.
No final de 2024, a produção industrial brasileira recuou -0,3% em dezembro de 2024, marcando o terceiro mês seguido de queda (out, -0,2%; nov, -0,7%; dez -0,3%), segundo dados do IBGE. As vendas do comércio varejista restrito também voltaram a cair em dezembro (-0,1%) em relação a novembro (-0,2%), enquanto, o comércio varejista ampliado – que inclui veículos, motos, partes e peças; material de construção etc.– recuou -1,1%, no mesmo período.
Já o volume de serviços prestados no Brasil acumula perdas de -1,9% nos dois últimos meses de 2024. Em dezembro, o volume de serviços declinou -0,5% e, em novembro, o recuo foi de -1,4%.
O Produto Interno Bruto (PIB) será divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 7 de março.