Índice divulgado pelo BC é considerado uma “prévia do PIB”
A atividade econômica brasileira cresceu 0,23% em agosto na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, após recuar -0,6% em julho (dado revisado de queda de -0,4%), segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (14).
Números recentes do IBGE, apontam que no mês de agosto, praticamente não houve crescimento da produção industrial (+0,1%), após cair -1,4% em julho. Já o volume de serviços no Brasil caiu -0,4% no oitavo mês deste ano, depois da alta tímida de 0,2% em julho (dado revisado de 1,2%). Por sua vez, as vendas do comércio recuaram -0,3% ante julho, época em que a atividade cresceu 0,6%.
Já o desemprego no Brasil segue atormentando 7,3 milhões de desempregados. Outros cerca de 40 milhões de pessoas no país exercem atividade de trabalho precarizado, sem direitos trabalhistas, jornada exaustiva com baixa remuneração, por falta da abertura de mais vagas de emprego de qualidade no país.
Conforme uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre), 75,6% dos trabalhadores informais com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412) preferem um trabalho com carteira assinada. A porcentagem também é esmagadora para aqueles com renda entre um e três mínimos, o nível chega a 70,8%. Acima de três salários mínimos, 54,6% querem trabalhar protegidos.
Esses números sinalizam que a economia brasileira não está sobreaquecida, ou num mar de rosas como alegam os diretores do BC, porta-vozes do mercado financeiros na mídia e demais despercebidos da realidade, para justificar o aumento da taxa de juros. Muito pelo contrário, a economia do Brasil segue sendo atrapalhada pelos juros elevados do BC, além de cortes de investimentos públicos que são feitos para gastar com pagamento dos juros da dívida – que já supera mais de 800 bilhões por ano.
O IBC-BR, divulgado mensalmente, é considerado como uma “prévia” para o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre encerrado em agosto, a economia cresceu 1,5%, na comparação com o trimestre anterior, segundo o BC. Frente a agosto do ano passado, o IBC-Br registra um crescimento de 3,1%. No acumulado em oito meses deste ano, houve um crescimento de 2,9% e, em 12 meses até julho, o índice está 2,5% em alta.