Em 2017, os 10% da população com os maiores rendimentos detinham 43,3% da massa de rendimentos do país, enquanto a parcela dos 10% com os menores rendimentos detinha 0,7% desta massa.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD Contínua de 2017, divulgados pelo IBGE, na quarta-feira (11), que mostra o grau de concentração de renda no Brasil. O grupo de 1% mais rico teve rendimento médio mensal de R$ 27.21 em 2017. Esse valor é 36,1 vezes maior que o rendimento médio dos 50% da população com os menores rendimentos (R$ 754).
O aumento da concentração de renda é resultado da política econômica do governo Dilma/Temer que impôs ao país a maior recessão de sua história, através dos cortes nos investimentos públicos, das mais altas taxas de juros, achatamento dos salários, desemprego em massa e a enorme transferência de recursos públicos para o sistema financeiro.
O Índice de Gini dos rendimentos mede a desigualdade da sua distribuição, e seu valor varia de zero (igualdade) até um (desigualdade máxima). Segundo o IBGE, em 2017, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Brasil foi 0,549. Em 2014, quando teve início a recessão, era de 0,497. Em 2015, de 0,491, e em 2016 de 0,549.
A concentração de renda veio acompanhada de um enorme achatamento na renda salarial. Em relação a 2016, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos da população ocupada caiu de R$ 2.223,00 para R$ 2,178,00 em 2017 . O Centro-Oeste registrou o maior valor (R$ 2.512,00) e o Nordeste o menor (R$ 1.509,00).
Houve uma queda de -2,02% no rendimento médio mensal real efetivamente recebido de todos os trabalhos, sendo que na Região Sudeste esta queda foi de -5,71%. Do total dos brasileiros que trabalhavam, 70% ganhavam menos do que dois salários mínimos, com 30% ganhando menos que um salário mínimo.