Recessão lançou na pobreza 5,4 milhões do total de 9 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza em 2015.
O governo Dilma arrastou 5,4 milhões de pessoas para abaixo da linha de pobreza extrema (pessoas que vivem hoje com menos de U$ 1,90 por dia ou R$ 133,72 por mês), segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE em 2016, 52,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza. Isso é equivalente a nada menos que 25,2% da população brasileira.
O total de pessoas empurradas pelo governo dito dos trabalhadores para essa situação mais que miserável chegou a 13,35 milhões – ou 6,5% da população. Em 2014, quando o país começava a ser arrasado pela maior crise econômica da história que perdura até os dias de hoje, esse percentual era de 4,1% da população. Mais de 9 milhões de pessoas passaram a viver, a partir de 2015, com uma renda per capta de U$ 5,50 por dia, ou R$ 387,07 por mês, segundo os dados do IBGE. Os números se referem ao período entre 2014 e 2016 – quando a recessão provocada pela política neoliberal da gestão petista causou uma profunda deterioração no emprego e renda e fez a miséria aumentar.
Mas, para o mentor da fantasiosa “nova classe média” (renda familiar mensal até 1,5 salários mínimos), o economista Marcelo Neri, diretor da FGV – o mesmo que, para garantir um cargo no IPEA, alardeou que o PT tinha tirado 40 milhões da pobreza – volta à carga em seus delírios e diz que o desastroso governo Temer, que aprofundou a crise com a insistência na política de cortes de investimentos e de direitos, arrocho salarial, etc, já teria tirado 1,1 milhão de pessoas da pobreza em 2017. Ele só pode estar tendo uma recaída de seu distúrbio mental. Ou, o que é mais provável, deve estar computando neste cálculo os pobres que deixaram a pobreza sim, mas não porque melhoraram de vida, mas porque morreram.
Sem crescimento econômico, a cortina de fumaça criada pelos alardeados programas de transferência de renda não foram capazes de efetivamente mudar a dramática realidade brasileira. Porque, durante todo esse tempo a verdadeira transferência de recursos está se dando da sociedade para o parasitário setor financeiro.
Apesar dos discursos demagógicos de suposta eliminação da pobreza, o que se viu nos últimos anos foi uma piora acentuada das condições sociais como um todo. Segundo o IBGE, o Brasil encerrou o ano de 2016 com 24,8 milhões de brasileiros vivendo com renda inferior a ¼ do salário mínimo por mês, o equivalente a R$ 220. O resultado representa um aumento de 53% na comparação com 2014. Este dado não entra no parâmetro de pobreza do Banco Mundial, mas nos apresenta uma realidade ainda mais perversa.
Um recorte populacional mais preciso aponta que foram as crianças e adolescentes de 0 a 14 anos os mais afetados por essa política: 42,2 milhões dos 52,2 milhões em situação de pobreza em 2016.
A Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE percebeu que a crise fez crescer rapidamente entre 2014 e 2016 o número de pessoas de 16 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam no ano passado, chegando a 25,8% da população dessa faixa etária – ou 11,6 milhões de pessoas.
A esperança de que essa realidade mude está longe de ser vislumbrada com a manutenção dessa política antinacional pró-bancos do governo com Michel Temer e apoiada por um corrompido Congresso Nacional. Com o agravante do aprofundamento dos ataques à Previdência e à CLT, que com certeza tirarão ainda mais dos brasileiros.
PRISCILA CASALE
Como ter democracia ? equilibrar e separar os três poderes: isentar todas as empresas, tributar com base do consumo anual da Pessoa Física.
Democracia é isentar as empresas e tributar as pessoas? Esse regime já foi implantado: pelo Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Não está dando certo.