
Em 30 anos caiu de 16,8% para 14,4% e a construção recuou de 7% para 3,6%. Entidades apontam como causa os juros e a carga tributária
Nos últimos 30 anos, a participação da Indústria de transformação e da construção no valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto) do país recuou de 16,8% para 14,4% e de 7% para 3,6%, na ordem, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com base em cálculos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) – que consideram preços constantes – ou seja, com o ajuste pela inflação do setor – a participação da Indústria de transformação na economia recuou de 17,2% em 1995 para 10,8% em 2024. Essa proporção havia alcançado 21,4% durante a década de 1970, estima o instituto. Os cálculos do Iedi se baseiam nos dados das Contas Nacionais Trimestrais apuradas pelo IBGE.
“A transformação não cresce tanto quanto o restante da economia e acaba perdendo participação”, afirma o economista e diretor-executivo do Iedi, Rafael Cagnin, ao destacar que o setor andou com o “freio de mão puxado” ao longo das últimas décadas devido a fatores como os juros altos, além da alta carga tributária.
São resultados da prevalência dos juros altos no Brasil, que ao longo destas três décadas afetou investimentos produtivos privados e saqueou recursos públicos – via os pagamentos de juros da dívida pública –, inviabilizando os avanços em investimentos em obras de infraestrutura e em tecnologia no Brasil.
A indústria como um todo encolheu de 27% em 1995 para 24,7% em 2024, segundo o levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo, deste domingo (6), com base em dados do IBGE.
Em contraste, o peso das indústrias extrativas saltou de 0,7% para 4,2% no mesmo período, enquanto a agropecuária aumentou sua participação de 5,8% para 6,5%. Esse movimento reflete o avanço do processo de reprimarização da economia brasileira, no qual produtos primários (como commodities agrícolas, minerais etc.) passam a dominar as exportações, em detrimento dos manufaturados.
Em busca de reindustrializar o Brasil, o governo Lula lançou no ano passado a política Nova Indústria Brasil (NIB), com linhas de financiamentos e subsídios para a indústria. Segundo o novo painel interativo do Plano Mais Produção, os investimentos da NIB em todo o país já somam R$ 472,7 bilhões, em mais de 168 mil projetos, até março deste ano.
Porém, com a retomada do ciclo de aumento do nível da taxa Selic pelo Banco Central (BC), a taxa de juros básica saltou de 10,5% para 15%, entre setembro de 2024 e junho de 2025, jogando ainda mais para o alto o custo do crédito, com o fim de frear os investimentos e a demanda por bens e serviços no país.
Para o gerente de análise econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Marcelo Azevedo, “ainda que esses planos [do governo] se mantenham, com a taxa de juros do jeito que está, não tem muito como a indústria manter o ritmo de crescimento”, comentou.
Nos últimos 12 meses até maio, os gastos com juros da dívida pública atingiram R$ 946 bilhões – o equivalente a 7,8% do PIB, segundo dados recentes do BC. Na prática, esse valor representa uma transferência de renda da sociedade para bancos, especuladores e demais detentores de títulos públicos da dívida pública.
Prezados Senhores.
Ciente destes informes do segmento das indústrias de transformação, onde que em 1985 representava 36,0% do PIB e nos dias de hoje apenas 10,8%, com tendência de atingir apenas 9,0%, nos mostra que as medidas governamentais estão erradas.
Vejamos um outro dado importante, onde que o Comércio Varejista participa com 27,0%, ou seja, esta diferença está sendo abastecida com os produtos importados….digamos uma verdadeira calamidade.
O Comércio Varejista tem a total liberdade de importar os produtos, se tornando os verdadeiros e maiores concorrentes das Indústrias, ou seja ” A Grande Farra ” neste segmento, dificultando em muito o nosso parque industrial.
Se tivemos um perda de 4 vezes no período entre 1985 e os dias atuais, no país temos 211 milhos de habitantes, restando apenas 7,7 milhões no segmento Industrial, ou 3,6%, perdemos aproximadamente 24 milhões de postos de trabalhos nas indústrias …como cita Boris Casoy, …” Isto é uma vergonha “….
Em marketing temos um estudo sobre ” market share ” que se de 36%% viermos a atingir 30,0% ou menos, nesta área todos perderiam seus empregos….e na nossa classe política o que acontece ???
Síntese: Para este quadro existem soluções possíveis, a serem aplicadas a curto prazo, possibilitando acabar com esta farra, mas não observamos as melhores estratégias….